Pesquisas devem ser mais abrangentes para captar realidade atual

  • Por Caio Blinder/Jovem Pan Nova Iorque
  • 23/11/2016 07h42
PFX3cNUEVA YORK (ESTADOS UNIDOS) 08/11/2016.- El candidato republicano, Donald Trump, saluda a sus simpatizantes después de votar en la ciudad de Nueva York en las elecciones presidenciales que se celebran en Estados Unidos, hoy, 8 de noviembre de 2016. Los estadounidenses eligen hoy a su próximo presidente entre la demócrata Hillary Clinton y el republicano Donald Trump. Clinton, ex secretaria de Estado y ex primera dama, parte en estos comicios con una ventaja de 3,2 puntos porcentuales frente al polémico magnate neoyorquino Donald Trump, según la media ponderada de encuestas que realiza la web Real Clear Politics. EFE/Peter Foley EFE/Peter Foley Donald Trump após votar em Nova Iorque

Há duas semanas, na madrugada do dia 9, para a alegria de uma parte dos americanos, para a desolação de outra parte e para o choque de boa parte das empresas de pesquisas eleitorais, saiu a confirmação de que Donald Trump derrotara Hillary Clinton.

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Hora de fazer o balanço e entender os erros nas pesquisas. A consultoria de risco Eurasia, esteve entre as equivocadas (projetando vitória de Hillary) e fez uma avaliação preliminar do erro. E salienta que foi um erro mais abrangente, pois 2016 foi um ano ingrato para os institutos de pesquisas em razão das surpresas que eles tiveram em outras eleições e referendos, como Brexit e Colômbia.

Na avaliação da Eurasia, as firmas de pesquisas se equivocaram com o perfil e/ou número de votantes, um erro que provavelmente ocorre com mais frequência em períodos de aguda mudança social e de amplo descontentamento, como neste momento em especial nas economias mais ricas.

Em face disso, a recomendação é dar maior peso a variáveis que medem exigências dos eleitores e descontentamento social, em particular com o carregado calendário eleitoral adiante na Europa.

Em termos imediatos, há o referendo constitucional na Itália no próximo dia 4. No ano que vem, são eleições presidenciais na Áustria e na França, além de eleições parlamentares na Holanda e Alemanha. São votações que devem ser medidas com cautela. De um lado, a vitória de Trump foi uma injeção de otimismo para os populistas europeus. No entanto, ao mesmo tempo, é erro se apressar na conclusão de que a história se repetirá.

É verdade que existem sentimento de ceticismo em relação ao projeto europeu, hostilidade contra imigrantes e insatisfação generalizada com as elites. Ainda assim, a Eurasia insiste que permanecem obstáculos significativos para a Frente Nacional, de extrema direita, capitaneada por Marine Le Pen, vencer na França no segundo turno em maio que vem, em razão do voto útil no candidato da centro-direita, provavelmente François Fillon.

O ponto a ser destacado é a necessidade de uma abordagem mais abrangente nas pesquisas, em especial em tempos de volatilidade social. Indicadores de descontentamento social, e quais fatores estão influenciando o sentimento dos eleitores, serão tão importantes para serem examinados como a simples intenção de voto num candidato.

Quanto a mim, farei o possível para manter meu voto de confiança nas pesquisas, com uma dose de desconfiança.

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