Pingo Final: Os senadores que compõem o campo de batalha do impeachment

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 20/06/2016 11h04

Senadores comemoraram discretamente a aprovação do afastamento de Dilma

Marcelo Camargo/Agência Brasil Por 55 votos a favor e 22 contra

Uma reportagem de O Globo traz o nome de 15 senadores que estariam sendo, vamos dizer assim, mais disputados pela Afastada, Dilma Rousseff, e pelo Interino, Michel Temer. A avaliação é que senadores desse grupo vão decidir se Dilma volta ao poder (com uma promessa mirabolante) ou se Temer perde o rabicho que vem atrelado ao cargo — “interino” — para ser apenas presidente. Nesse caso, menos é mais.

Compõem a lista Hélio José (PMDB-DF) — conhecido em Brasília como Hélio Gambiarra —, Romário (PSB-RJ), Cristovam Buarque (PPS-DF), Eduardo Amorim (PSDC-SE), Benedito de Lira (PP-AL), Acir Gurgacz (PDT-RO), Jader Barbalho (PMDB-PA), Fernando Collor (PTC-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Pedro Chaves (PSC-MS), Roberto Rocha (PSB-MA), Vicentinho Alves (PR-TO), Wellington Fagundes (PR-MT), Wilder Moraes (PP-GO) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).

O jornal informa que o tal Gambiarra pediu ao atual governo nada menos de 37 cargos… Uau! Isso é que voto caro. A ser assim, para Dilma, ele teria de reivindicar pelo menos o dobro… Santo Deus!

O que, afinal de contas, a petista está oferecendo? Um plebiscito para saber se a população seria favorável à realização de novas eleições, tese que não conta com o apoio nem do PT.

Qual são as coisas mais curiosas dessa proposta? Em primeiro lugar, é inconstitucional. A Constituição proíbe a mudança da periodicidade na eleição — Artigo 60. Em segundo lugar, ainda que constitucional fosse, isso significaria que Dilma estaria disposta a renunciar se não fosse impichada. Ocorre que Temer teria de fazer o mesmo. Ela já combinou isso com ele? Em terceiro lugar, se ambos renunciassem, não seria preciso fazer plebiscito nenhum, uma vez que a Constituição já prevê eleições diretas em 90 dias (para o caso de o duplo impedimento se dar até 31 de dezembro deste ano) ou indiretas em 30 (se acontecer a partir de 1º de janeiro do ano que vem).

Ou por outra: a esse grupo restrito de senadores, Dilma faz promessa que não poderia cumprir. É pouco provável que seja bem-sucedida. Acho que o tal do Hélio Gambiarra precisa fazer uma análise um pouco mais competente do cenário.

Se, por qualquer razão, Dlma voltar ao poder, é para ser líder do caos e do desgoverno mesmo. Ah, sim: consta que a turma da Afastada já desistiu de tentar ganhar os votos de Romário, Eduardo Amorim, Vicentinho Alves e Wilder Moraes.

Então o campo de batalha deve se resumir a 11. Anotem seus nomes. Eles vão decidir se darão uma chance ao país ou o condenarão ao desastre.

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