A repercussão nos EUA de mais um absurdo do bufão fascista

  • Por Jovem Pan - Nova Iorque
  • 11/12/2015 11h44

Donald Trump quer transmissão do Miss Universo

Wikimedia commons Donald Trump quer transmissão do Miss Universo

Foi uma semana agitadíssima na política, não falo da brasileira, mas da americana, onde a coisa está mais para circo do que pugilato, ao contrário de Brasília. E o circo tem acrobacias cada vez mais perigosas. Claro que estamos falando de Donald Trump, com sua proposta para proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, com a alegação de que assim será possível reforçar a segurança antiterrorista.

Já falei disso algumas vezes na Jovem Pan em boletins e em conversas. Sem meias palavras, já chamei Trump de bufão fascista. É o contrário do que diz Trump. Proibir muçulmanos de entrarem nos Estados Unidos irá reforçar o recrutamento de terroristas e alimentar a narrativa do movimento Estado Islâmico de que existe uma guerra de civilizações.

No entanto, minha análise é secundária. O que vale é o impacto de Trump no jogo eleitoral americano e na sociedade. Ao longo da semana, uma pergunta frequente: será que Trump, que corre na maratona das primárias presidenciais republicanas, desta vez foi longe demais? Afinal, ele já havia insultado mexicanos, mulheres, gays e deficientes físicos.

Os primeiros sinais são de que a base mais intolerante do Partido Republicano e mesmo não republicanos que passaram a idolatrar Trump o abraçam com mais entusiasmo. Nada como um demagogo para oferecer soluções simplistas para problemas complexos. Em uma pesquisa Bloomberg, 2/3 dos republicanos disseram concordar com a proposta de Trump. No total, 37% dos americanos estão a favor, enquanto 50% são contrários. Para mim, a cifra de adesão é chocante.

Acho porém interessante para neutralizar um pouco o meu choque, uma outra pesquisa. Trump segue ocupando a posição mais forte na maratona republicana, mas quase 2/3 dos americanos se dizem assustados com o cenário do bilionário bufão e eu digo fascista também na presidência do país mais poderoso do mundo.

A pesquisa do jornal New York Times e TV CBS foi feita antes destas declarações sobre banimento de muçulmanos no país, mas divulgada na quinta-feira. Então vamos esperar que o susto de uma presidência Trump seja mais forte do que o sucesso de sua campanha movida a medo.

Contra ataques terroristas, ataques de pânico e de demagogia não são a melhor resposta.

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