Respostas de E.M.S sobre ligação com doleiro me deixaram ainda mais curioso

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2014 12h07

Reinaldo, a parceira do laboratório lavanderia Labogen, do doleiro Alberto Yousseff, seria feita com a E.M.S, uma gigante do setor farmacêutico. Você cobrou ontem explicações dessa empresa e disse que as leria aqui se fossem dadas. Chegaram as explicações?

Chegaram sim. A E.M.S me mandou uma resposta, a questão é saber se satisfaz. Então vamos ver. Perguntei aqui se a E.M.S iria explicar a parceria com o laboratório lavanderia Labogen, do doleiro Doleiro Yousseff. Na verdade fiz uma série de perguntas. Só para lembrar:

1. O que a E.M.S, que fatura mais de 5 bilhões por ano, queria com um laboratório que não existe, que tem folha de pagamento de 28 mil reais?
2. Estava interessada na espertice do laboratório de Yousseff?
3. Quem fez o contato?
4. Quais foram os intermediários na conversa?
5. Alguém forçou o acordo?
6. Antes de celebrar uma parceira, uma sociedade, a E.M.S, esta gigante do setor farmacêutico, ao menos se ocupa de colher informações cadastrais das empresas com as quais faz negócio?
7. Qual era a experiência da Labogen na fabricação de remédios? Já tinha produzido antes o que?

A E.M.S enviou uma mensagem que lerei a seguir, na forma como veio, avaliem. Quem sabe os ouvintes entendam a coisa melhor do que eu. Eu confesso que não entendi quase nada, vamos lá:

“A E.M.S esclarece que não celebrou contrato com o laboratório Labogen e afirma ainda que o Labogen é um laboratório independente e não tem qualquer vínculo com a empresa. A E.M.S ressalta que foi escolhida pelo laboratório oficial da Marinha, responsável pela contratação de parceiros privados na PDP (Parceria de Desenvolvimento Produtivo) para a implantação e transferência de tecnologia e produção de medicamentos estratégicos para fornecimento ao SUS. A E.M.S esclarece que a PDP entre laboratórios farmacêuticos oficiais do governo e empresas privadas buscam, o fortalecimento dos laboratórios oficiais e têm como objetivo trazer economia e desenvolvimento ao país. A E.M.S destaca que não é alvo de investigação pelas autoridades, apoia as apurações sobre o caso e está à disposição dos órgãos competentes para quaisquer esclarecimentos”.

Agora volto eu aqui. Que se note, eu não disse que a E.M.S está sob investigação. Eu é que fiquei curioso. O jornalismo não se limita a noticiar, a indagar, apenas o que a polícia e o Ministério Público investigam, não é mesmo? Assessorias de imprensa, muitas vezes, orientam seus clientes a falar o mínimo possível e a dar respostas genéricas, num sentido diverso daquele em que esse termo é empregado no setor farmacêutico.

Nesse caso, o genérico contém o princípio ativo do remédio da marca e o substitui. Já no caso da imprensa, a resposta genérica costuma ser usada para tentar distrair a atenção de quem pergunta. Está mais assim para um placebo. A nota da E.M.S reforçou as minhas curiosidades porque, afinal de contas, as minhas perguntas ficaram sem respostas. E ela acabou respondendo um monte de coisa que eu não perguntei.

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