Se Léo Pinheiro levar para o túmulo o que sabe, quem ganha? Conta outra, Janot!

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 24/08/2016 12h04
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Luis Macedo / Câmara dos Deputados - 26/05/15 José Aldemário Pinheiro Filho

Querem ver? Vou expor aqui o caminho para uma pizza gigantesca. E não se trata de teoria conspiratória, não! É apenas exercício regular da lógica elementar.

Em vez de decidir investigar a fonte dos constantes vazamentos da Operação Lava Jato; em vez de tentar botar um pouco de ordem na casa e seguir as diretrizes institucionais, o senhor Rodrigo Janot, procurador-geral da República, finge um rigor técnico que não existe e decreta o fim da delação de Léo Pinheiro.

Pois bem! O que o chefão da OAS sabe, ora vejam, morrerá com ele. Se ele delatar, isso lhe será irrelevante. Arruma inimigos novos sem que colabore para reduzir a sua pena.

Lula agradece.

Dilma agradece.

Outros tantos também.

Mas ainda não cheguei ao ponto. Disse o procurador-geral:
“Declarei encerradas as negociações, isso não cheira mal, cheira bem. É uma maneira de o MP impor sua atividade institucional. O MP age de forma cristalina, nada escondo nem protejo a ninguém. Inventaram estelionato delacional com intuito de pressionar MP a aceitar acordo que não seja bom”.

Como? “Estelionato delacional”? Inventaram? “Quem” inventaram??? Com que propósito? A quem servia o “estelionato delacional”? Certamente não é à imprensa.

Ingredientes
Se alguém quer inviabilizar a delação de Marcelo Odebrecht, por exemplo, com o que ela tem de potencial explosivo, basta que um futuro enrolado vaze as suas, vamos dizer, relações não republicanas com o grupo.

Se Janot mantiver essa decisão, ele, e não outro, estará dando os ingredientes para a pizza.

Pergunta-se: todo vazamento interessa ao delator? Por quê? Se isso não é uma tese geral, por que esse vazamento, em particular, interessa? Quais são os elementos de que dispõe o Ministério Público?

Segundo Janot, o tal anexo sobre Toffoli nunca chegou ao Ministério Público.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo, diz que os investigadores estão se sentindo “o ‘ó’ do borogodó”. E acrescentou: “Eu acho que a investigação tem que ser em relação logo aos investigadores porque esses vazamentos têm sido muito comuns. É uma prática bastante constante, e eu acho que é um caso típico de abuso de autoridade e isso precisa ser examinado com toda cautela”.

Que fique uma coisa de relevante: seja lá qual for a origem dessa história, que levou o nome de Toffoli para o centro da confusão, uma coisa é certa: PÔR FIM À DELAÇÃO DE LÉO PINHEIRO, SEM MAIS NEM AQUELA, SÓ É DO INTERESSE DE BANDIDOS, NÃO?

Ou alguém conseguiria demonstrar que, se Léo levar para o túmulo o que sabe, o Brasil fica melhor?

Conta outra, Janot!

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