STF começa a se posicionar sobre espantosa corrupção

Nesta terça a Segunda Turma do STF julga denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO)
Será a primeira indicação de como o STF avaliará uma das principais questões envolvendo a Lava Jato: a discussão sobre se doações oficiais para campanhas eleitorais podem ou não ser consideradas propinas
A Procuradoria entende que o senador solicitou e recebeu vantagem indevida e o acusa dos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro
A defesa nega irregularidades e diz que não houve crime nos fatos descritos. A estratégia será bater no ponto de que não há nada contra ele, a não ser uma doação oficial, e que, se o Supremo entender que contribuição oficial de campanha pode ser vista como indício criminoso, “todo o Congresso teria de ser processado, porque todo político recebe doação oficial”.
Até aqui, o Supremo já julgou seis denúncias oferecidas pela PGR – cinco foram recebidas e uma, rejeitada. Em nenhum dos casos, as doações oficiais estiveram no centro da análise do processo.
A denúncia fala em corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A lavagem de dinheiro está sempre presa a algum crime. É uma lei criada em 1998, reformada quatro anos depois, que fala em “ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal”.
Mas proveniente de infração penal, no caso a corrupção. A corrupção pressupõe a venda da função pública.
Tudo isso vai estar em debate nesta terça, pela primeira vez, no STF. Teremos uma antevisão de como se posicionará a Corte sobre essa espantosa corrupção que envergonha o nosso País.
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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