Tentativas de desconstrução de Marina Silva feitas pelo PT são bem-sucedidas

  • Por Jovem Pan
  • 20/10/2014 16h35

Nêumanne, afinal de contas, qual é a importância que há nessa discussão entre o Partido Socialista Brasileiro, a Marina Silva, a Dilma Rousseff e o PT do outro lado a respeito da votação da presidenciável socialista no projeto da Contribuição Provisória para Movimentação Financeira no fim do governo Fernando Henrique?

Eu me lembro que recentemente eu li um artigo da Eliane Catanhêde, na Folha, em que ela mostrava que o Aécio Neves ajudava muito o PT e Dilma batendo em Marina, mostrando a inconsistência dela. Eu cheguei a concordar com a Eliane, achei brilhante a análise, a qual ela inclusive tem voltado recentemente.

Mas, hoje, eu tenho algumas dúvidas se as tentativas que o Aécio fez de bater na Marina deram resultado. O que dá resultado mesmo são as tentativas bem-sucedidas de desconstrução da Marina feitas pelo João Santana, marketeiro da Dilma, na campanha do PT, que tem muito tempo pra isso.

Ocorre que é a Marina que dá a oportunidade de baterem nela. Por exemplo, no debate na Bandeirantes em agosto, ela lembrou o fato de ela ter votado a favor da CPMF no governo FHC, para mostrar que era independente, que não votava sempre com o PT, afastar aquela imagem que os tucanos querem sempre passar dela de que ela é apenas o PTdoB.

Na verdade, a coisa não é bem assim: os registros do Senado demonstram que ela votou com a partido, aliás, eu estou pra ver em que votação é que a Marina, no Senado, não votou com o desejo de seu chefe, líder e guru da época, Lula.

A questão toda é a seguinte: a CPMF é uma péssima gambiarra que o Fernando Henrique foi instituído desde os tempos de […], no Ministério da Saúde, que o Fernando Henrique usou para prorrogar, e que o Lula também, para roubar recursos fora das possibilidades normais de orçamento.

Não tem a menor importância como a Marina votou ou deixou de votar. A importância que ganhou na eleição pelo fato de ela ter demonstrado, no mínimo, uma memória falha que, de certa forma, é uma espécie de contraponto das enormes mentiras que o PT contou para desconstruir a campanha dela. Aí eu fico vendo quanta inutilidade pode ser trazida a tona, exatamente por quem não precisa dela e, ao contrário, inutilidades que só prejudicam a pessoa que a elas recorre.

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