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Teremos tempo para colocar Mr. Trump à prova

Donald Trump após votar em Nova Iorque

Mr. Trump veio, viu e venceu. Metido a César, ele vai ficar, conforme a praxe, pelo menos quatro anos no palácio. E obviamente eu vou ficar acompanhando o homem, mas, novamente obviamente, não com esta obsessão que tem marcado meu trabalho nos últimos meses.

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Obsessão pode ser saudável e necessária. Trump mereceu pela importância histórica de sua atuação eleitoral e pela gravidade que ele representa.

Está aí o resumo do editorial do jornal Financial Times que se seguiu à vitória dele: Trump representa um “estrondoso repúdio ao status quo. A mais poderosa nação da Terra elegeu um magnata imobiliário sem experiência no governo, metido a homem-forte, desacatador de aliados, do discurso civilizado e das convenções democráticas. Salvo uma versátil mudança de personalidade, a vitória de Trump representa, no valor de face, uma ameaça ao modelo democrático ocidental”.

Bem, teremos tempo para colocar Mr. Trump à prova. Enquanto isso, o mundo ainda gira, e talvez mais loucamente devido à esta entrada em cena do presidente-eleito, agora sim no centro do poder global. Como jornalista eu acompanho campanhas eleitorais ou presidentes americanos desde Jimmy Carter.

Confesso nunca ter visto algo tão bizarro e inesperado como Trump. Bobagem a comparação com Ronald Reagan, que fora ator em Hollywood, mas que, quando eleito em 1980, estava na arena política há um tempão. Já fora anteriormente candidato a presidente e governador da Califórnia.

De Carter a Obama, nenhum presidente desafiou a ordem vigente ou quis desmontar o status quo sob a batuta dos Estados Unidos desde o final da Segunda Guerra Mundial. Agora é esta ameaça representada por este paladino de um populismo reacionário, nostalgia por uma era imaginária e de um inquietante nacionalismo branco e isolacionista.

Será que devo dar um voto de confiança a Trump? Afinal, até Barack Obama fez isso e olha que o presidente foi vítima de uma cruzada racista encenada anos a fio pelo presidente-eleito sobre seu país de nascimento,

Bem, preciso aceitar a realidade e a democracia. Donald Trump é o presidente-eleito deste país no qual vivo e trabalho há muito tempo. Por ora, vou dar um tempo a ele, ou seja, ser menos obcecado.

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