Joseval Perixoto comenta editorial do Estadão intitulado “A resistente Voz do Brasil”, que fala sobre o programa de rádio obrigatório, que passa todos os dias às 19h.
Em vez de ser extinto, uma vez que não corresponde ao regime democrático, a Voz do Brasil pode ser consagrada pelo Congresso um patrimônio cultural imaterial do Brasil, e passaria a ser intocável.
Foi pensando nessa característica que Getúlio Vargas mandou criar o programa na década de 1940 (diz Joseval Peixoto). “A ideia é que pudesse ser atribuída ao Brasil uma única voz, a do ditador”.
O que se pretende é impor a visão do Estado e, se possível, salvar as aparências de um Congresso entregue a escândalos e oportunismos, avalia Joseval. “É risível, portanto, o esforço dos congressistas para proteger esse entulho do varguismo revestindo aspas de utilidade pública”.
Citando genéricos levantamentos, o levantamento diz que a Voz do Brasil seria a única fonte de informação de 80 milhões de brasileiros localizados principalmente na perifaria de grandes centros, nas áreas rurais e nas pequenas e novas cidades.
A voz do Brasil é danosa, diz o Estado, por ser uma imposição diária da transmissão de “notícias” chapa branca, que não têm a menor importância, a não ser para um punhado de políticos.