Constantino: ‘Não existe nada tão caro como esses serviços gratuitos oferecidos pelo estado’
Reação ao decreto do presidente Jair Bolsonaro abrindo possibilidades de estudar parcerias com iniciativa privada para construir UBS foi tema de debate no 3 em 1
O decreto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 27, abrindo a possibilidade de iniciar estudos e avaliar parcerias com a iniciativa privada para construir e modernizar Unidades Básicas de Saúde (UBS) gerou polêmica entre opositores e foi um dos assuntos debatidos no programa 3 em 1, da Jovem Pan, desta quarta-feira, 28. Para o comentarista Rodrigo Constantino, o debate que se criou em torno do tema por parte da oposição pode ser considerado como “oportunismo puro” e não tem nenhuma relação com privatizar o Sistema Único de Saúde (SUS), – algo que, segundo ele, seria positivo.
“É uma distorção do que está sendo proposto, que é um estudo para ver a operação das UBS e o que pode ser melhorado eventualmente com terceirização, com transferência para gestão privada de algumas coisas da operação em uma PPP, o que não tem nada a ver com privatizar o SUS”, afirmou. Citando o autor britânico James Bartholomew, ele afirmou, ainda, que outros modelos de saúde no mundo são melhores do que o SUS. “Eu acho que não existe nada tão caro como esses serviços gratuitos oferecidos pelo estado. A universalização do sistema de saúde para todo mundo é obviamente uma daquelas utopias socialistas que a nossa constituição de 88 ainda está repleta”, pontuou. Para Thais Oyama, a discussão também não tem fundamento e serviu para mostrar que, assim como o governo, a oposição está “sem rumo”.
“O que eu vejo de muito ruim é a oposição entrar desde já, com projeto de lei para sustar o decreto, ou seja, para interditar o debate. Eu nunca vi uma coisa dessa. A deputada Maria do Rosário chegou a dizer que o governo quer desmontar o SUS e condenar milhares de brasileiros à morte. Isso é um enorme exagero se não for má fé, porque com tanta coisa para propor a oposição resolve fazer uma demagogia barata em cima de uma coisa que é uma proposta de discussão”, afirmou. Para ela, assim como para Josias de Souza, propor essa análise no meio de uma pandemia pode prejudicar a discussão, que é válida. Josias apontou o surgimento da ideia nesse momento como esdrúxulo por três motivos: a crise sanitária na qual o país se encontra, as pautas prioritárias que o ministério da economia tem no momento e a baixa chance de aprovação do estudo no Congresso. “Colocar um tema como esse sobre a mesa no meio da pandemia do coronavírus pode levar inclusive à morte um tema que é relevantíssimo e merecia ser debatido a sério num momento adequado”, pontuou, afirmando que “boas ideias merecem um debate a sério num momento apropriado”.
Confira o programa 3 em 1 desta quarta-feira, 28, na íntegra:
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