‘Notícia plantada pelo centrão’, diz Paulo Figueiredo sobre busca de Bolsonaro por novo partido

Possibilidades do presidente buscar um novo partido para concorrer às eleições presidenciais de 2022 foram discutidas no programa 3 em 1 desta quinta-feira

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2020 18h11 - Atualizado em 19/11/2020 18h14
WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019

Sem legenda desde que deixou o Partido Social Liberal (PSL) em novembro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro estaria sendo incentivado por aliados a buscar um partido para poder disputar a reeleição à presidência em 2022. Segundo a jornalista Andréia Sadi, após tentar criar o próprio partido e não conseguir assinaturas suficientes, o presidente estuda até mesmo filiação a partidos do centrão como uma alternativa. A busca de Bolsonaro por um partido para as eleições foi tema de debate entre comentaristas do programa 3 em 1, da Jovem Pan, nesta quinta-feira, 19.

Paulo Figueiredo afirmou que, se o presidente estivesse filiado a alguma legenda, ele poderia contar com recursos humanos e novas alianças, mas disse enxergar os partidos como uma exigência da legislação que termina acumulando diversos nomes compostos por políticos semelhantes em siglas diferentes. “Procurei o Palácio do Planalto, procurei algumas fontes lá dentro para saber se essa notícia procedia ou não e a resposta que eu tive foi ‘notícia plantada pelo próprio centrão’. Como eu disse, eu não vejo grande relevância em qualquer uma das escolhas que o presidente viesse a fazer, se é que são verdadeiras, mas o que é que muda? Qual a diferença se o presidente for candidato pelo PSL, pelo Republicanos ou pelo PP? Não vejo diferença nenhuma. É tudo farinha do mesmo saco”, disse.

Thaís Oyama lembrou que, de acordo com a constituição, é necessário que alguém que vai concorrer à eleição esteja filiado a um partido político. “Ainda que não fosse pela lei, o presidente Bolsonaro não deveria ficar sem partido porque como ele só pensa na reeleição, para isso ele tem que ter a estrutura que o partido oferece, tem que ter base eleitoral nos municípios, o que o partido oferece, e tem que ter dinheiro, coisa que só o partido oferece, então ele tem de fato que começar a procurar um partido”, afirmou. A jornalista lembrou que apesar da briga com Milton Bivar o PSL ainda pode ser uma opção para Bolsonaro em 2022. “Como em política o que manda é o pragmatismo, apesar dessas mágoas todas, agora depois das eleições municipais parece que os dois lados estão um pouco mais propensos a esquecer essas mágoas de forma a juntar o poder de um com o dinheiro de outro”, lembrou.

Josias de Souza lembrou que, apesar de fazer parte de partidos do centro anteriormente, o atual presidente levantou a bandeira contra a política tradicional para ganhar as eleições. “O centrão é aquele grupo que o Bolsonaro decidiu demonizar na campanha de 2018. É impossível enxergar alguma racionalidade nesse vai e vem do presidente”, opinou, dizendo que Bolsonaro apresentou a “teatralização do novo” como uma alternativa radical, mas foi incoerente. “Ele vai chegar em 2022 sem maquiagem, no colo do centrão e com a imagem da sua família bem rachadinha”, finalizou.

Confira o programa 3 em 1 desta quinta-feira, 19, na íntegra:

 

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