‘Parecem assessores do regime chinês’, diz Constantino sobre quem ignora origem de vacina

Fala do vice-presidente Mourão, que contrariou Bolsonaro ao defender adição da Coronavac ao calendário brasileiro caso ela funcione, foi tema de comentários no 3 em 1

  • Por Jovem Pan
  • 30/10/2020 18h21 - Atualizado em 30/10/2020 18h52
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EFE/Andre Borges Coronavac é a vacina contra Covid-19desenvolvida pelo Instituto Butantan com tecnologia chinesa Testes da Coronavac estão suspensos por determinação da Anvisa

Em mais uma polêmica envolvendo a produção e compra da vacina Coronavac, imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan com tecnologia chinesa, o presidente Hamilton Mourão desmentiu posicionamento de Jair Bolsonaro em entrevista à revista Veja nesta sexta-feira, 30. Enquanto o presidente afirma que não comprará a vacina chinesa em hipótese alguma, o vice diz que, se comprovada a eficácia do imunizante, a vacina entrará no calendário brasileiro. “O governo vai comprar a vacina, lógico que vai. Já colocamos os recursos no Butantan para produzir essa vacina, o governo não vai fugir disso aí”, declarou. O assunto foi tema de conversa entre os comentaristas do programa 3 em 1, da Jovem Pan, nesta sexta. Para Rodrigo Constantino, o vice-presidente tem voltado a falar excessivamente com a imprensa, o que termina não sendo tão positivo para a imagem do governo. Ele usou o exemplo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do vice dele, Mike Pence, para falar sobre os papéis de um vice no poder. “Você não percebe muito esse tipo de quebra de hierarquia nos Estados Unidos, acho que o Pence entende melhor qual é a sua função e qual é o seu papel”, analisou. Sobre a vacina, ele sustentou a opinião de que a origem “Temos um ponto quando a gente fala que a origem da vacina importa. Tanta gente fica com essa narrativa de ‘não, não importa’, eles mais parecem assessores do regime chines”, garantiu, lembrando que o vice pode não compor a chapa de Bolsonaro para a reeleição de 2022.

Thais Oyama fez uma conexão entre os posicionamentos de Hamilton Mourão e a série de reveses sofridos pelos representantes militares de pastas no governo federal nas últimas semanas. Ela lembrou da falta de punição para Ricardo Salles quando ele ofendeu o ministro Luiz Eduardo Ramos ao chamá-lo de “maria fofoca” e do momento em que, dentro da polêmica envolvendo a Coronavac, Bolsonaro desmentiu o ministro Eduardo Pazuello e retirou a sinalização de compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa. “O vice Mourão está dando o troco e ele é o porta-voz nesse episódio. Por que ele é o porta voz? Porque ele não tem nada a perder, né? Primeiro porque ele é indemissível e depois porque ele já foi avisado, como lembrou o Constantino, que ele não vai ser o zero dois do presidente Bolsonaro em 2022”, afirmou. Josias de Souza concordou com a lógica de Oyama e afirmou que “num instante em que humilhar militares se tornou um hábito no governo, Mourão diz em voz alta o que os generais que comandam escrivaninhas no planalto não podem declarar”. Para ele, o posicionamento de Mourão mostra incongruências dentro do próprio governo federal. “O governo do presidente Bolsonaro tem um projeto secreto que se sobrepõe a toda s as suas iniciativas públicas. “A grande prioridade do Bolsonaro, do vice presidente Hamilton Mourão, é tornar os partidos de oposição desnecessários no Brasil. O governo parece determinado a demonstrar que é auto suficiente, que os integrantes governam e eles mesmo se opõem ao governo”, pontuou.

Confira o programa 3 em 1 desta sexta-feira, 30, na íntegra:

 

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