Paulo Figueiredo: Com aumento de casos de Covid-19, Brasil deve pensar na economia e aprender com erros

Levantamento da Imperial College, do Reino Unido, mostra que taxa de transmissão do país atingiu maior índice desde maio; dado foi tema de comentários do 3 em 1 desta terça-feira, 24

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2020 18h10 - Atualizado em 24/11/2020 18h34
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Itamar Crispim / Fiocruz [03.11.2020] Taxa de transmissão é de 1,30 no Brasil, segundo Imperial College

Um monitoramento da Imperial College, no Reino Unido, afirmou nesta terça-feira, 24, que o Brasil atingiu índice de 1,30 na transmissão do novo coronavírus no país. Esse é o maior número registrado desde o mês de maio, considerado como um dos períodos de ápice da pandemia, e significa que em média cada 100 pessoas infectadas transmitem a doença para outras 130. Enquanto indícios de uma segunda onda surgem, o governo federal apresenta ao Tribunal de Contas da União um recurso contra a decisão que determinava um plano de vacinação para os brasileiros até a última semana. As maneiras como o governo federal lida com a pandemia no Brasil foram tema de debate entre comentaristas do programa 3 em 1, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 24. Paulo Figueiredo Filho afirmou que outra notícia a ser observada nos dados é a de que o número de mortes não tem subido na mesma proporção do número de pessoas infectadas no país. Ele lembrou que a pandemia também causou fortes impactos financeiros no Brasil e que isso deve ser levado em consideração, já que a vulnerabilidade social também mata pessoas no mundo. “Eu espero que com esse aumento do número de casos que o Brasil possa vir experimentar para frente, que ele aprenda com os erros cometidos ao longo desse ano e pense sim, no vírus e na economia”, disse, afirmando que no Brasil não houveram falta de leitos e que a ideia inicial do “fique em casa” era achatar a curva para que estratégias governamentais fossem traçadas.

Thaís Oyama lembrou que a taxa de transmissão maior do que um mostra que a pandemia está em um movimento de expansão tão alto quanto no ápice das contaminações do país e apontou que esse não é o único problema que pode cercar o Brasil no momento. Usando o exemplo da Europa, ela afirmou que hábitos como utilização de máscara e distanciamento social ajudam a amenizar a letalidade da segunda onda. “Aqui, tanto o presidente da república quanto o ministro da Saúde fica desfilando por aí sem máscara, sem contar que não tem nenhuma campanha de informação para a população estimulando o uso desses equipamentos. Não tem. Esse é o nosso problema agora. Será que com todas essas desvantagens que nós temos, será que a segunda onda aqui se chegar, será menos letal?”, questionou. Ela disse acreditar que não tem “ninguém no leme desse barco” e criticou o general Eduardo Pazuello por não fazer pronunciamentos suficientes sobre o assunto. Josias de Souza considerou a ação envolvendo a presidência e o Tribunal de Contas da União como um “balé de elefantes” ao redor do tema principal do mundo no momento, que é a vacina. Para ele, a Advocacia Geral da União usa um “argumento chinfrim” para descumprir a ordem dada no mês de agosto. “Numa interpretação mais corrosiva a gente poderia dizer que o brasileiro está sendo atacado pelo governo que deveria defendê-lo. Não há uma campanha de esclarecimento sobre o que fazer até a chegada das vacinas, não há uma informação decente sobre o plano de logística para a vacinação dos brasileiros. As omissões oficiais abrem caminho para que o vírus se prolifere aí”, pontuou.

Confira o programa 3 em 1 desta terça-feira, 24, na íntegra:

 

 

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