Relator da ‘MP da vacina’ diz que dialoga com equipe de Bolsonaro sobre termo de responsabilidade

Em entrevista ao ‘3 em 1’, Geninho Zuliani afirmou que conversa com especialistas após pedido de Jair Bolsonaro por termo de consentimento e deve fazer relatório até quarta

  • Por Jovem Pan
  • 15/12/2020 18h53
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Agência Câmara Geninho Zuliani é relator da MP

O relator da Medida Provisória que deve destinar R$ 20 bilhões para compra de imunizantes contra Covid-19 para a população brasileira, deputado Geninho Zuliani (DEM), conversou com comentaristas do programa “3 em 1”, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 15, sobre o encontro que teve com o presidente Jair Bolsonaro para falar sobre a compra das vacinas e sobre o pedido do presidente para inclusão de um termo de consentimento a ser assinado por aqueles que tomarão os fármacos aprovados de forma emergencial no país. Ziuliani deve editar a MP que permite a entrada do Brasil no Covax Facility garantindo imunizantes aprovados para pelo menos 10% da população brasileira.

“A gente assiste a alguns países fazendo a sua vacinação, gera expectativa, todo mundo preocupado, a gente percebe que a pandemia começa a voltar, dá sinais de que teremos um final de ano com muitos casos e um início de ano com muitos casos também”, afirmou. Zuliani disse que no encontro Bolsonaro mostrou preocupações e deu sugestões sobre o relatório dele para a MP. Entre elas, ele teria se mostrado interessado em uma vacinação universal e não obrigatória. Questionado por Diogo Schelp sobre o motivo pelo qual o país escolheu abranger apenas 10% da população para cobertura no consórcio internacional de vacinação quando poderia escolher até 50%, o relator informou que a pergunta deveria ser direcionada ao Ministério da Saúde. “Acho que o Brasil optou em fazer mais de uma escolha, mais de um laboratório, mais de um vendedor para poder ter mais acesso, e realmente ele optou só por só 10%, e pode ter sido um equívoco, como também há um tempo atrás optou em não encomendar as vacinas da Pfizer, que agora está aprovado e sendo produzida e distribuída”, afirmou.

A jornalista Thaís Oyama perguntou se a exigência de um termo de responsabilidade não gera insegurança na população e o relator lembrou que o termo é reflexo de um pedido da farmacêutica Pfizer para que o país não impute a ela a responsabilidade de possíveis efeitos colaterais no futuro. “O presidente com a sua equipe, vendo essa preocupação em criar um passivo de algumas gerações para frente de pessoas que podem ter alguns problemas com a vacina ou de pessoas que até nem terão problemas com a vacina, mas terão outros problemas e poderiam até utilizar esse dispositivo para poder ingressar com ações contra a união e a gente não sabe mensurar isso e o tamanho dessa judicialização que pode comprometer lá na frente um valor muito vultuoso para a união. O presidente mostrou essa preocupação e eu perguntei ao presidente se outros laboratórios ou outros fornecedores de vacina também estavam exigindo isso, ele falou que a princípio não”, lembrou. O relator afirmou que ouviu especialistas ao longo do dia e que deve concluir o relatório no início da noite ou na manhã da quarta-feira, 15, deve finalizar relatório.

“Não é que eu não estou inclinado a atender um pedido do presidente, o presidente fez essa ponderação, a minha equipe está agora no palácio do planalto agora conversando com a equipe do presidente, levando as considerações, nós estamos dialogando, vendo qual é o melhor caminho para a MP, se é necessário colocar no texto da medida provisória”, disse. Ele lembrou que o próprio Ministério da Saúde pode fazer isso com mais tempo consultando especialistas da área de virologia sobre a necessidade desse termo “Eu não disse nem que sim nem que não, nós estamos agora na fase dos estudos”, garantiu. Questionado por Tomé Abduch sobre as ações de Doria diante da compra de vacinas, o deputado afirmou que cada governante é responsável pelos próprios atos. “Tenho certeza que o governador João Doria, conhecendo ele com eu conheço, deve ter informações sobre a eficácia da vacina para poder apostar como está apostando”, disse, se considerando na torcida para que a melhor vacina possível seja liberada pela Anvisa em breve. “A vacina pode realmente fazer uma virada de página para o Brasil, para que a gente tenha um ano que entra agora retomando a economia, para que as pessoas fiquem seguras, com saúde. É a esperança da população brasileira e mundial”, disse, se considerando disposto a ajudar o governo e os governadores.

Confira a entrevista do deputado Geninho Zuliani e o programa “3 em 1” desta terça-feira, 15, na íntegra:

 

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