Tentativa de reeleição de Alcolumbre atrasa reformas e mostra prioridade de senadores, diz Constantino
Comentarista do 3 em 1 falou sobre possíveis formas do Congresso receber pedido do ministro Luís Roberto Barroso para afastar senador Chico Rodrigues

Após decisão monocrática pedindo suspensão do senador Chico Rodrigues, flagrado pela Polícia Federal com mais de R$ 30 mil na cueca, o ministro Luís Roberto Barroso decidiu enviar o caso a julgamento no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). O impacto que a decisão do ministro pode causar no Senado foi tema do programa 3 em 1 desta sexta-feira, 16. O comentarista Rodrigo Constantino lembrou que, mesmo com a gravidade do caso, a decisão do ministro pode abrir brechas para que outros pedidos semelhantes sejam feitos pela Corte. Ele lembrou, ainda, que o partido de Chico Rodrigues é o mesmo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que tem mostrado prioridades diferentes.
“O Davi Alcolumbre está tentando uma reeleição inconstitucional e isso tem tomado lá todas as articulações do Senado, inclusive atrasando reformas importantes para o país. Isso mostra bem o senso de prioridade dos nossos senadores em média. Claro que sempre tem as honrosas exceções, mas estou falando na média”, pontuou, lembrando, ainda, que são com esses senadores que o presidente Jair Bolsonaro precisa conversar para conseguir governar o Brasil. Thaís Oyama concordou e apontou que a decisão de Barroso pode ser usada como brecha para que o próprio Alcolumbre e outros senadores se desviem de votar a favor da suspensão e tudo “acabe em pizza”.
“Ele vai poder usar esse caso, que veio do STF, como uma forma de dizer que ‘não, o legislativo não vai se dobrar ao STF e é por isso que a gente não vai querer afastar o senador Chico Rodrigues’. Um um senador pode falar assim: eu vou votar contra o afastamento porque eu tenho medo de ser o próximo, porque eu não quero que um colega meu se de mal,l porque eu tenho espírito de porco’, ou é mais fácil para o senador falar ‘eu vou votar contra o afastamento de chico rodrigues porque isso significa uma intromissão indevida, um ataque a autonomia, a soberania do congresso, é muito mais bonita a segunda alternativa, né? e foi isso que o ministro Barroso ofereceu para os senadores”, disse. A comentarista viu como um atenuante, porém, a decisão do próprio ministro de enviar o caso para plenário.
Josias de Souza lembrou que a primeira vez na qual um político foi deposto por ter cometido “quebra de decoro”, no ano de 1949, também envolvia uma polêmica com cuecas, na qual o deputado Barreto Pinto posou usando uma samba-canção e um fraque para uma revista. Para ele, a noção de decoro mudou. “Os senadores alguns deles, preferem aconselhar o cuequeiro a se licenciar voluntariamente do mandato, cedendo a vaga para o filho, que é suplente. Quer dizer, a noção de decoro parlamentar mudou muito no Brasil. Antes era inadmissível combinar fraque com uma cueca samba-canção. Hoje, em plena era de lavagem de capitais, há quem tolere um senador que suja dinheiro sob a cueca entre as nádegas. Esse país está ficando realmente surreal”, afirmou.
Confira o programa 3 em 1 desta sexta-feira, 16, na íntegra:
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