Jovem Pan
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Alckmin diz estar aberto ao diálogo, mas não retrocede de mudança em escolas

Escola Estadual Diadema ocupada por estudantes

O governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse nesta quinta-feira (19) que está aberto ao diálogo, mas não vai retroceder a “um movimento político” que ocupa escolas pelo estado. De acordo com a secretaria da Educação, 43 escolas haviam recebido ocupação de alunos, pais, professores e manifestantes até a tarde desta quarta (18). Ao menos seis dos locais ocupados não terão as atividades suspensas em 2016.

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“Estamos abertos ao diálogo, permanentemente, ao diálogo. Agora, a gente percebe escola que não vai ser reorganizada invadida. E nada a ver. Pessoas que não são da escola, nem aluno, nem pai nem mãe de aluno, MTST. Então é evidente que há um movimento político, mas nós não vamos retroceder por causa disso. Nós vamos dialogar, explicar e fazer o que precisa ser feito”, afirmou Alckmin em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

O governador argumenta, ao defender o remanejamento de alunos, que “temos muitas escolas de ociosidade”. Ele diz: “nós temos capacidade pra 5,8 milhões de alunos e temos 3,8 milhões”.

Reportagem de 30 de outubro do jornal O Estado de São Paulo mostrou que apenas 9 de 25 escolas fechadas pela reorganização na capital de São Paulo estão na área central da cidade. O secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald, havia afirmado anteriormente que as escolas que não teriam mais alunos no próximo ano estavam em regiões centrais dos municípios, tanto na capital como no interior, já que são as áreas com a menor demanda de alunos e maior número de classes ociosas.

“Hoje as mamães têm menos filhos, têm menos crianças, e também uma parte do ensino fundamental foi municipalizado”, alega ainda Geraldo Alckmin.

“Esse é o objetivo: reorganizar por ciclo, elevar o IDESP, o IDEB, melhorar a qualidade da escola, do professor, professor só naquela escola, ensino focado, como já são boas as escolas de ciclo único”, afirmou também o governador.

Manifestantes e alunos contrários à medida temem que escolas fiquem longe demais das moradias dos estudantes. Em entrevista na semana passada à Jovem Pan, o secretário estadual da Educação Herman Voorwald disse: “As escolas antigas estão com o tempo tendo menos alunos”. Ele explicou que “90% delas foram construídas no século passado” e que novos colégios estão sendo construídos mais perto de bairros novos e que mais crescem. O secretário afirma que esse foi um dos critérios adotados no remanejamento de alunos que criará escolas especializadas em cada segmento.

Os contrários à medida temem ainda que professores estaduais fiquem sem local para trabalhar. Muitos fazem jornada dupla, em mais de um colégio. Alckmin disse que um dos objetivos é “professor só naquela escola” a fim de fortalecer o ensino em espaços de ciclo único.

“Nenhum pedagogo nenhum especialista discorda de que o ideal é ter escolas de ciclo único, separar por idades e ter foco na escola”, garante o governador paulista.

O governador de São Paulo também falou sobre o plano estadual de concessões bilionário que propõe nesta quinta-feira.

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