O ex-presidente Lula encaminhou ao Comitê de Direitos Humanos da ONU um recurso como forma de tentar barrar ações que considerou “abuso de poder” do juiz federal Sérgio Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, o presidente em exercício da Associação dos Magistrados do Brasil, Paulo Feijó, afirmou que foi surpreendido com a notícias e que a entidade enxerga a atitude do petista como “pressão ao trabalho dos magistrados”.
Segundo Feijó, todas as decisões tomadas por magistrados são sujeitas a aprovação por tribunais superiores. Desta forma, “quando se usa subterfúgio para ter outro resultado é obstrução de magistrado. E isso a gente não pode admitir em um Estado democrático como o nosso”.
Na petição, os advogados do ex-presidente dizem haver “clara falta de imparcialidade” nas investigações. O presidente da Associação dos Magistrados, no entanto, reiterou o trabalho “bem feito” realizado por Moro e pelos procuradores.
“A avaliação que qualquer um possa fazer sobre o trabalho é que decisões têm sido mantidas pelos tribunais superiores. Isso me parece uma forma clara de que o trabalho vem sendo bem feito (…) Parece que é um trabalho que atende ao anseio da população”, destacou.
Questionado se a associação tomaria alguma atitude diante do encaminhamento da petição a ONU, Feijó disse estar estudando para verificar se há ou não a possibilidade de uma intervenção.
“Estamos estudando qual tipo de apoio que devemos dar ou não. Temos que ver qual desdobramento que isso vai ter efetivamente”, disse.