Manutenção da candidatura de Celso Russomano (PRB) pelo Supremo Tribunal Federal, pressiona adversários na disputa pela prefeitura de São Paulo. Para os cientistas políticos, Marta Suplicy (PMDB), é a mais prejudicada, já que era favorita para herdar os eleitores do líder nas pesquisas.
Por outro lado, João Doria Júnior (PSDB) luta contra o desconhecimento da população de baixa renda. Já o prefeito Fernando Haddad (PT) tem como desafios a má avaliação do trabalho atual e o “efeito da crise no País”.
Com a eleição mais curta e sem o financiamento privado de campanha, o cenário é incerto.
O cientista político Rubens Figueiredo lembrou a Thiago Uberreich que Celso Russomano segue forte até nas projeções do segundo turno: “tem a Marta prejudicada e você tem também vitória muito fácil do Russomanno sobre o Haddad no segundo turno. Embora o perfil dos eleitores seja diferente”.
Rubens Figueiredo destacou, no entanto, que a rejeição a Celso Russomano deverá aumentar ao longo da campanha.
O cientista político, Rafael Cortez, concordou e apontou que o candidato do PRB pode ter dificuldades no segundo turno: “o Russomanno é um forte candidato a ir a segundo turno. Aí, neste caso, a sua rejeição alta, poderia comprometer a vitória do segundo turno. Digamos, é o menos pior que acaba sendo eleito. Aquele candidato que tem rejeição menor e, portanto, consegue mobilizar eleitores de outros partidos no primeiro turno”.
Sobre João Dória Júnior, o cientista político Rafael Cortez lembrou que o tucano tem chances de crescer graças ao tempo de televisão.
O professor de Ética e Filosofia da Unicamp, Roberto Romano, avaliou que o quadro da eleição, apesar de mais curta, ainda vai se alterar. “A Marta é uma adversária forte. Erundina é uma adversária que não é desprezível. Haddad, que com certeza vai ser muito difícil recuperar sua capacidade de votos. me parece que no caso de João Doria ele vai precisar mover muito os seus aderentes e o peso do governador Alckmin, que não é negligenciável”, disse.
Roberto Romano crê ainda que o impeachment de Dilma Rousseff vai pesar de forma negativa na campanha do PT em São Paulo. Assim como Marta Suplicy, a candidata do PSOL, Luiza Erundina, também uma ex-petista, poderá perder os votos da periferia para Celso Russomano.