Confira aqui o que você não ouviu em “Os Pingos nos Is” de 19/05/2017

  • Por Jovem Pan
  • 19/05/2017 17h19
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O que Reinaldo Azevedo, Victor LaRegina e Vitor Brown não comentaram nesta sexta-feira (19), você confere aqui:

JANOT – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, considerou estarrecedores os diálogos do presidente Michel Temer e do agora senador afastado Aécio Neves com o empresário Joesley Batista. Para o procurador-geral, o mais surpreendente é que as conversas sobre pagamento de propina, venda de cargos estratégicos no governo federal e do silêncio de envolvidos em casos de corrupção tenham acontecido recentemente.

JEFFERSON X TEMER – O presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse que Michel Temer foi vítima de uma “trapaça” armada pelo empresário Joesley Batista. Para Jefferson, o peemedebista não se comprometeu ao receber o empresário e manteve uma “conversa social” com um dos donos do grupo JBS. Jefferson afirmou ainda que o PTB vai continuar na base do governo e que ele só não foi ao Palácio do Planalto dar um abraço em Temer porque está em Portugal.

BOLSA – O Ibovespa fechou esta sexta com alta de 1,69%. Durante todo o dia, o mercado operou no azul, num movimento de correção das perdas de ontem, quando a Bolsa despencou 8,8%. No mercado de câmbio, o dólar comercial seguiu a mesma tendência de reposição de danos. A moeda norte-americana fechou esta sexta cotada a R$ 3,25 na venda.

PAGAMENTOS X FUNARO – Joesley Batista afirmou em depoimento de delação que ouviu do presidente Michel Temer que era “importante manter” pagamentos mensais de R$ 400 mil a Lúcio Funaro, apontado como operador do ex-deputado Eduardo Cunha, para “garantir o silêncio”. O dono da JBS disse que recebeu “sinais” do ex-ministro Geddel Vieira Lima para manter os pagamentos a Funaro.

SERRA X JBS – O empresário Joesley Batista detalhou em sua delação premiada o pagamento de R$ 20 milhões ao senador José Serra em 2010. Os repasses foram feitos via caixa dois.  Naquele ano, Serra disputou a Presidência com Dilma, mas foi derrotado no segundo turno. Joesley contou que, do valor total da doação, R$ 6 milhões foram repassados por meio de notas fiscais frias para a empresa LRC Eventos e promoções. A outra parte foi com registros no TSE.

MAIA X INDIRETAS – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já começou a fazer consultas sobre as regras para eleições indiretas para presidente da República. Caso Temer seja cassado, Maia assumirá interinamente o comando do país. Ele terá 30 dias para convocar eleições indiretas.

AÉCIO X 80 MILHÕES – Em delação ao Ministério Público, o diretor de Relações Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud, relatou que o grupo pagou R$ 80 milhões para a campanha de 2014 do então candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves. Saud não deu detalhes sobre como era a forma de repasse ao tucano, mas disse que as “questões” eram na maioria das vezes “ilícitas”.

FACHIN X ÁUDIOS – O ministro Edson Fachin, do Supremo, apontou no despacho de abertura de inquérito contra Michel Temer que não há ilegalidade nos áudios gravados pelo empresário Joesley Batista. De acordo com o ministro, as conversas gravadas foram “ratificadas e elucidadas” por Joesley em depoimento ao Ministério Público. Os áudios foram entregues pelo empresário como elementos para dar suporte à delação. Segundo despacho, foram entregues quatro áudios: o de Joesley com Temer;  o diálogo do empresário com Aécio Neves; e duas conversas com o deputado Rodrigo Rocha Loures.

GOVERNO X JBS – Segundo o Estadão, o governo vai trabalhar para desconstruir a imagem do delator Joesley Batista e tentar anular as provas que culminaram com o pedido de abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, está à frente da iniciativa. Ontem, ele pediu que fosse realizada uma perícia nos áudios do empresário. Para assessores presidenciais, “é grotesco” e “evidente” que as gravações foram editadas pelo delator.

TEMER X 15 MILHÕES – O presidente Michel Temer teria pedido e recebido R$ 15 milhões da JBS para distribuir entre aliados em 2014. A afirmação aparece na delação de Ricardo Saud, diretor do grupo. Segundo ele, o dinheiro saiu da “conta corrente” mantida pelo PT na JBS, que chegava a R$ 300 milhões e era alimentada por recursos do BDNES e dos fundos de pensão. Dos R$ 15 milhões, 2 teriam sido repassados para Paulo Skaf; 9 teriam sido dissimulados em doações oficiais ao diretório nacional do PMDB; 3 foram para o ex-deputado Eduardo Cunha. Por fim, relatou Saud, Temer ficou com R$ 1 milhão.

JBS X PT – A delação da JBS também atinge o PT. O termo de colaboração 1 do empresário Joesley Batista descreve o fluxo de duas ‘contas-correntes’ de propina no exterior, cujos beneficiários seriam os ex-presidentes Lula e Dilma. O empresário informou à Procuradoria-Geral da República que o saldo das duas contas bateu em 150 milhões de dólares em 2014. De acordo com Joesley, o ex-ministro Guido Mantega operava as contas, que foram ‘zeradas’ em 2014. Ainda segundo o empresário, esse valor teria sido utilizado para financiar campanhas políticas de partidos e candidatos indicados por Mantega.

TEMER X LOURES – Com ordens judiciais emitidas pelo STF na Operação Patmos, a PF interceptou pelo menos uma conversa telefônica entre o presidente Michel Temer e o deputado Rodrigo Loures. No diálogo, Temer trata sobre uma expectativa que o parlamentar tinha a respeito de novas regras para o setor de portos. Loures disse que pretendia “só fazer uma consulta”. Segundo o deputado, havia chegado a informação do senador Wellington Fagundes que “já teria sido assinado o decreto dos Portos”. Temer corrigiu: “Não foi não”. O presidente, então, o orientou a falar com Eliseu Padilha.

GILMAR X AÉCIO – Outra ligação interceptada ocorreu entre o ministro do STF Gilmar Mendes e o senador Aécio Neves. Segundo o relatório policial sobre essa conversa, ocorrida no dia 26 de abril, Aécio “pediu ao ministro Mendes para que telefonasse para o senador Flexa Ribeiro”. De acordo com o texto, neste diálogo, Aécio quer que o “magistrado converse com Flexa para que este siga a orientação de voto proposta pelo senador”. A referência é a votação do projeto que tratava de “abuso de autoridade” em discussão no Congresso Nacional.

AJUDA X SUPREMO – Joesley Batista afirmou em sua delação premiada que ouviu, em conversa com Michel Temer, que o presidente poderia “ajudar” o deputado cassado Eduardo Cunha no STF. Na gravação, Joesley aparece dizendo: “Ele (Temer) me fez um comentário curioso que foi o seguinte: ‘Eduardo quer que eu ajude ele no Supremo, poxa. Eu posso ajudar com um ou dois, mas com 11 não dá’. Também fiquei calado, ouvindo. Não sei como o presidente poderia ajudá-lo”.

CUNHA – O ex-deputado Eduardo Cunha redigiu uma nota de próprio punho na qual diz que Joesley Batista mentiu ao dizer que estava pagando pelo seu silêncio. O peemedebista abre o texto dizendo que rechaça “com veemência as informações divulgadas de que estaria recebendo qualquer benefício’. Na sequência, ele afirma que está apenas exercendo seu direito de defesa, que não está em silêncio e que tampouco ficará. Por fim, Cunha declara que “jamais” pediu “qualquer coisa ao presidente Michel Temer”.

TEMER X 1 MILHÃO – O ex-diretor da JBS Ricardo Saud afirmou, em depoimento à Procuradoria-Geral da República, que o presidente Michel Temer pediu a entrega de R$ 1 milhão, em dinheiro vivo, numa empresa do coronel aposentado João Baptista Lima. Segundo Saud, “o dinheiro era do PT, o PT deu para o presidente Temer para usar na campanha de vice” e, mesmo assim, “Temer guardou um milhão para ele no bolso”.

JOESLEY X TEMER X NEGÓCIOS – Em um dos trechos de sua delação premiada, o empresário Joesley Batista afirmou à Procuradoria-Geral da República que 100% dos “negócios” dele eram tratados diretamente com o presidente Michel Temer. Joesley explicou ainda que não sabia o grau de conhecimento de Rocha Loures sobre a necessidade de manter “calmos” o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e Lúcio Funaro.

JOAQUIM BARBOSA – O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa disse que os brasileiros devem se mobilizar para pedir a renúncia imediata do presidente Michel Temer. Para Barbosa, são “estarrecedoras” as delações do empresário Joesley Batista, da JBS, envolvendo o presidente. Em sua conta no Twitter, o ex-ministro escreveu, entre outras coisas: “Não há outra saída: os brasileiros devem se mobilizar, ir para as ruas e reivindicar com força: a renúncia imediata de Michel Temer”.

MOVIMENTOS – Os movimentos de rua que apoiaram o impeachment de Dilma recuaram na posição de convocar manifestações e, por ora, desistiram de pedir a renúncia do presidente Michel Temer. De acordo com Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre, o MBL decidiu ‘suspender a posição pró-renúncia até que surjam novas informações”. Segundo Kim, “há motivo de sobra para investigar Temer nos áudios, mas eles são inconclusivos”. Já o Vem Pra Rua suspendeu a convocação que havia feito para atos em todo Brasil no domingo.

AÉCIO X PROPINA – Executivos da JBS disseram ao Ministério Público que pagaram pelo menos R$ 60 milhões em propina para o senador Aécio Neves em 2014. Segundo a delação premiada dos irmãos Batista, em troca do dinheiro desembolsado, o tucano teria usado o mandato para “beneficiar diretamente interesses do grupo”. Aécio teria ajudado, por exemplo, na liberação de créditos de R$ 12,6 milhões de ICMS da JBS Couros e na liberação de R$ 11,5 milhões de ICMS da empresa ‘Da Grança’, adquirida pela JBS na compra da Seara. Em troca, a empresa emitiu uma série de notas fiscais frias a diversas empresas indicadas pelo senador. O acordo indica ainda que a JBS comprou alguns partidos para que eles aderissem à coligação do PSDB pela presidência em 2014.

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