Presidente da Blue Tree Hotels explica como gestão de riscos fez rede hoteleira sobreviver mesmo sem hóspedes
Em entrevista ao Conselho de CEO, Chieko Aoki falou sobre dificuldades impostas pela pandemia e contou como sua empresa adaptou instalações para atrair clientes
A entrevistada do jornalista Carlos Sambrana no programa “Conselho de CEO“, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 9, é a fundadora e presidente da rede Blue Tree Hotels, Chieko Aoki. Enquanto pequenos hotéis não sobreviveram à pandemia e precisaram fechar as portas, grandes redes hoteleiras tiveram de se readequar. Este foi o caso da rede comandada por Aoki. Precisando fechar temporariamente as portas de 23 unidades no Brasil, a marca foi retomando o desenvolvimento aos poucos, mas ainda se encontra longe da normalidade diante de restrições para aqueles que pretendem viajar e se hospedar em bons hotéis. Hoje, a empresária integra efetivamente o grupo Mulheres do Brasil e o projeto Unidos pela Vacina. Ao falar sobre a condução da pandemia, Aoki disse que centrou suas ações em dois pontos: gestão de risco e elaboração de protocolos, mencionando que já tinha preparo prévio para agir em situações de dificuldade.
“Nós tivemos os hotéis fechados e precisamos, de imediato, fazer duas coisas importantes: gestão de risco, para poder sobreviver, para os hotéis sobreviverem sem nenhum hóspede na casa, e fazer todos os protocolos de segurança sanitária para que, quando os hóspedes voltassem, eles pudessem se sentir seguros. São duas coisas que, felizmente, nós tínhamos base. Sempre fomos muito focados em gestão de riscos, e isso nos ajudou”, disse Aoki, que continuou: “E nós previmos também a questão dos protocolos. Nós havíamos feito dois anos de treinamento sobre como cuidar da limpeza, cuidar da operação. Então isso nos ajudou a fazer os protocolos de segurança sanitária rapidamente. E fizemos tão rápido que logo disponibilizamos no nosso site.” De quebra, os protocolos elaborados foram disponibilizados para pequenos hotéis que não tinham condições ou conhecimento.
A presidente da rede disse que, no momento, o setor de hotelaria encontra unidades funcionando com capacidades distintas. Adequando ao perfil de cliente conhecido hoje, os hotéis poderiam ter funcionado melhor durante a pandemia, explica Aoki. “Hoje nós temos a seguinte situação: há hotéis que estão funcionando com 30%, 35% [da capacidade], e, por outro lado, alguns hotéis estão com até 60%. A gente poderia ter explorado os nossos hotéis do jeito que está fazendo agora”. Ao dar detalhes sobre as medidas que a empresa tomou para atrair novos perfis de clientes, Aoki orgulha-se da adaptação de seus espaços para oferta de instalações para trabalho. “Dentro do que é possível fazer, nós fizemos algumas coisas [boas]. Primeiro, assim como outros hotéis fizeram, disponibilizamos para usar como office. Personalizar ao máximo, porque se as pessoas iam para o hotel é porque nas casas não havia espaço, tinha barulho, não tinha internet”, explicou a presidente. Com o retorno dos hóspedes habituais, a adaptação deverá ser desfeita.
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