Diretora da FGV vê educação básica como maior desafio no país: ‘Nós alfabetizamos errado’

Professora Claudia Costin participou do programa ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira, 1º, e debateu a situação da educação no país e os desafios do futuro

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2023 23h00
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Reprodução/ Jovem Pan News claudia costin no direto ao ponto Diretora da FGV, Claudia Costin, participou do programa Direto ao Ponto desta segunda-feira

Nesta segunda-feira, 1º, a diretora da FGV, Claudia Costin, participou do programa ‘Direito ao Ponto‘, da Jovem Pan News, e falou sobre a educação no Brasil. Segundo a professora, o maior desafio da educação no país é a gestão da educação básica. “A gente alfabetiza errado no Brasil. 55% das crianças saem não-alfabetizadas do terceiro ano do ensino fundamental nas escolas públicas. Nós temos uma noção poética da alfabetização, disse. “Infelizmente tem uma teoria que se construiu que é o construtivismo, mas quando foram pesquisar direito, os países abandonaram isso. Diziam que seria nativo na criança aprender a ler, como aprender a falar, mas não é. E que você não precisaria ensinar consciente fonológica e etc. Nos Estados Unidos isso foi abandonado há 30 anos e aqui continuamos a alfabetizar assim”, explicou a professora. Questionada se o Ministério da Educação (MEC) deveria apenas cuidar da educação básica e o ensino superior ser transferido para o Ministério das Ciências e Tecnologias, a diretora explicou.

“Acho que não é questão de modelo de ministério, o problema principal é que dá muito mais trabalho resolver os problemas da educação básica do que os problemas do ensino superior. Nas universidades se tem uma certa autonomia e tem muito diálogo”, disse. Para ela, é também importante mudar o imaginário da sociedade quanto ao professor, para que a educação melhore. “É necessário mudar a forma como a sociedade vê os professores para que a profissão seja mais valorizada. “A sociedade olha para o professor com pena, nós não queremos pena, queremos respeito e admiração profissional. E o professor acaba incorporando isso [a pena]. Precisamos mudar o discurso. Parte dos problemas de saúde mental é compreensível com o que vivemos: pandemia, violência nas escolas e etc., mas a outra parte é que ele não é admirado por outras pessoas”, destacou.

Confira abaixo a íntegra da entrevista:

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