‘Não sei se ser um bom juiz de combate a corrupção te faz um bom presidente’, diz ministro da Justiça sobre Sergio Moro
Anderson Torres participou do programa Direto ao Ponto desta segunda-feira, 7, e comentou sobre segurança pública e relembrou seu antecessor que concorrerá nas eleições 2022
Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, participou do programa ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira, 7, e comentou sobre a candidatura de Sergio Moro, juiz e ex-ministro. “Eu acho que a candidatura é um direito dele, não vejo com bons olhos a maneira como ele saiu do governo e concorrer contra o presidente que acreditou nele. Não sei se ser um bom juiz de combate a corrupção te faz um bom presidente da república, acho que gestão é totalmente diferente de ser juiz em uma vara criminal. Eu acho que é totalmente diferente”, disse Anderson. Questionado se o erro foi do presidente Jair Bolsonaro (PL) de tê-lo selecionado para cargo, o ministro respondeu. “Ninguém tem bola de cristal. Eu herdei o ministério da justiça do André Mendonça, que ficou um período e começou a arrumar as coisas, mas analise os números de 2019 e os números de 2021. Para ser o presidente é preciso ter gestão e visão de país”, alfinetou.
Anderson também foi perguntado sobre os desafios do cargo e como trabalhar em meio às decisões do STF, os crimes do colarinho branco e o fato de Lula voltar a disputar a presidência após sua prisão. “Talvez seja um dos maiores desafios da vida de um brasileiro que assuma o cargo que eu assumi. É lamentável tudo isso e tira a credibilidade da justiça brasileira. Se você perguntar para um cidadão comum ele vai falar que não existe justiça nesse país. Da parte do Ministério da Justiça eu digo que é preciso enfrentar essa situação, é preciso estudar o que aconteceu em casos de corrupção. A gente precisa mudar e a população tem que entender que ela tem que lutar pelos direitos dela. Acho que estamos no momento certo, na hora certa, com o presidente certo para melhorar isso”, disse.
Sobre o crime organizado, o ministro explicou que a pauta é prioridade em seu mandato. “O crime organizado se estruturou bastante, estamos fazendo um trabalho muito sério e muito duro. É um trabalho de isolamento dos presídios federais, de descapitalização dessas organizações criminosas, essa é a base do nosso trabalho. É prioridade do nosso trabalho, da PF e da PFR e temos acompanhado de perto”, explicou. Ele também falou sobre uma possível iniciativa de presos se transformarem em uma força de trabalho, como é feito nos EUA. “Esse é um problema crônico do Brasil, governo nenhum quis enfrentar de frente. A gente tem 700 mil pessoas encarceradas e temos um exemplo bem sucedido aqui e outro ali, mas na grande maioria a gente ainda ‘encaixota’ presos. Isso não está certo, precisamos evoluir muito. Mas na prática isso é muito difícil, isso é extremamente difícil”, pontuou.
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