Presidente da Caixa cita ‘usuários analógicos’ e vê plano de banco digital ainda distante
Daniella Marques participou do programa ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira, 25, e tratou sobre diversos assuntos do banco, inclusive as denúncias de assédio sexual contra o ex-presidente
Nesta segunda-feira, 25, o programa ‘Direto ao Ponto‘ recebeu a nova presidente da Caixa, Daniella Marques, que assumiu o cargo após escândalos de assédio sexual do ex-presidente Pedro Guimarães. As denúncias, inclusive, foram o tema principal da entrevista. Segundo Daniella, muito já tem sido feito para mudar o cenário do banco em relação à prevenção. “Tomei posse em 1º de julho, o Conselho tinha escolhido uma empresa externa para investigar o ocorrido. Toda crise que envolve pessoas, precisamos ter o cuidado de proteger todos os envolvidos, os funcionários do banco, os familiares etc. O que fizemos foi: criamos uma governança sólida de apuração (com a contratação da empresa), unimos todos os órgãos internos de apuração, tem uma Comissão para supervisionar os trabalhos e abri um canal de acolhimento para as mulheres do banco. É algo que leva tempo, em 30 dias não dá para investigar tudo”, explicou. A presidente ainda confirmou que, se comprovado culpados na Justiça, haverá punições dentro da empresa. “Existem denúncias e estão sendo apuradas. É um processo de apuração que demora. Demos confiança aos canais de denúncia”, respondeu Daniella quando foi questionada sobre a veracidade das denúncias.
Daniela também falou sobre a digitalização da Caixa com muitos ‘usuários analógicos’. “Existe um bussines plan e um pedido no Banco Central para ter um banco digital, mas a Caixa precisa ser digital. Não sei se faz sentido, neste momento, ir ao mercado com esse banco digital. Eu acredito que é mais vantagem ser digital e extrair o máximo que pudermos dos nossos clientes, uma vez que temos esses serviços todos (programas de assistência social)”, disse. Sobre ter menos agências físicas pelo Brasil, como as fintechs (Nubank, entre outros), a presidente garantiu que ‘a Caixa está onde nenhum outro banco está’ e precisa atendar as camadas mais vulneráveis e que não têm acesso fácil ao digital. Conhecida como o ‘braço direito’ de Paulo Guedes, Daniella comentou rapidamente sobre como foi convidada para o cargo pelo presidente Bolsonaro. “Quando o presidente me convidou, junto com o Guedes, ele falou ‘preciso de você no ataque’. Eu já trabalhei na defesa, já trabalhei no meio de campo e agora peguei uma das maiores instituições financeiras do Brasil”, contou.
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