Editorial – A marcha dos privilegiados do atraso começa a perder força

  • Por Reinaldo Azevedo/Jovem Pan
  • 12/09/2016 17h13
BIE - Banco de imagens externas: Vista aérea da Bandeira Nacional. Uma gigantesca bandeira nacional pende continuamente no mastro da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Feita de náilon paraquedas, ela tem 20 metros de comprimento e 14 metros de altura. São 280 metros quadrados. Desde 2000, uma empresa de Cascavel (PR) confecciona a bandeira, que é trocada todo mês. Diz Sérgio Tomasetto, proprietário da fábrica: - Grande parte das bandeiras tem o preto e o vermelho, que indicam que o país enfrentou guerra. A nossa, não. O verde e o amarelo formam uma combinação singular, que torna a nossa bandeira bela, emocionante e inconfundível. Jefferson Rudy/Agência Senado Bandeira do Brasil

O Brasil não pode ficar refém da agenda do atraso. Isso a que se assiste nas ruas, em número inexpressivo quando comparado com o de brasileiros que se manifestaram em favor do impeachment, é expressão do Brasil que olha para trás, do Brasil do atraso, do Brasil da mistificação.

O país tem uma reforma trabalhista para fazer. E não para cortar direitos, mas para conceder direitos a milhões de pessoas que estão na informalidade. A reação do pior sindicalismo a esse debate é, atenção para a expressão, o berro de uma elite sindical, divorciada da esmagadora maioria do povo brasileiro.

O país tem uma reforma da Previdência para fazer. Não! Não é para punir velhinhos. Ao contrário: é para que os idosos do futuro tenham o que receber.

O país tem de atrair capital para a infraestrutura, e isso implica abrir uma nova rodada de privatizações e concessões, sem as quais o dinheiro não chega, e continuaremos mergulhados no atraso.

O país tem de cortar gastos, ou se faz isso, ou não teremos juros a níveis civilizados, que possa permitir o crescimento sustentável do país.

Não se está aqui a falar de uma agenda “progressista”. Não se está aqui a falar de uma agenda “conservadora”. Estamos apenas tratando de matemática. Esta é uma ciência da natureza. Não se gasta o que não se tem. Ou se gasta, já que países não fecham. Mas se produzem, então, inflação, pobreza, desemprego, recessão… Isso tudo que o PT nos deixa como herança.

Quando os gatos-pingados do sr. Guilherme Boulos vão às ruas, ainda que sejam alguns milhares — em número, reitero, irrisório quando se levam em conta o movimento que depôs Dilma e o conjunto dos brasileiros —, eles representam não o país dos desassistidos, não o país dos humilhados, não o país dos pobres.

Ao contrário: eles estão marchando em defesa de um regime que fez a economia brasileira recuar uma década, que nos condenou ao atraso, que elevou a taxa de desemprego a mais de 11%, que espoliou o povo, que quebrou a Petrobras, que nos colocou na retaguarda do crescimento no mundo e na América Latina.

Então cumpre indagar: quem perdeu com isso? obviamente foram os mais pobres. Quem ganhou com isso? Obviamente, foram  essas estruturas encarquilhadas de poder.

O sr. Guilherme Boulos, do MTST, marcha com tanta determinação em favor do Velho Regime porque ele e seu movimento eram beneficiários daquela ordem — ou daquela desordem. O mesmo se diga de João Pedro Stedile, do MST, e de Vagner Freitas, da CUT.

O presidente Michel Temer tem um desafio imenso, sim: governar para a maioria do povo brasileiro, não para meia-dúzia de petistas e de outros esquerdistas que se alimentaram das tetas oficiais.

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