A bebida é marca dos gaúchos. Onde você vê um, lá está a cuia, com o chimarrão. Mas os produtores da erva mate, essa que se usa para fazer o chimarrão, andam preocupados.
É que, segundo eles, se em 2014 o preço pago pela arroba do produto chegou a R$ 18, agora, tem agricultor recebendo R$ 8 ou R$ 6 pela mesma arroba do produto.
Como consequência tem produtor até arrancando os pés de erva mate. Assistente Técnico Regional de Recursos Naturais da Emater gaúcha, Ilvandro Barreto de Melo reconhece que houve uma redução no valor pago ao produtor.
A questão, segundo ele, é que o valor anormal na verdade foi aquele pago entre os anos de 2011 e 2014 – quando a escassez de produção levou ao aumento dos preços da erva-mate.
Agora então, o que estamos vendo é um retorno à normalidade. Portanto, a tendência é de estabilidade neste preço. Entre 2012 e 2014, foram plantados 7 mil hectares que ainda não entraram em produção.
Industrialista e produtor, Alfeu Strapasson reconhece o momento delicado sobretudo para os pequenos e médios produtores. Ele explica que justamente por causa disso, eles querem agora estimular o consumo da erva mate, fazendo com que o produto deixe de ser exclusivamente coisa de gaúcho.
Os produtores buscam novas opções para aumentar o consumo nos mercados interno e externo.
A erva mate também é produzida em Santa Catarina e no Paraná. O chimarrão, uma das bebidas que é feita com ela, é típico ainda no Uruguai e na Argentina.
Mas para aumentar o consumo, as ervateiras, empresas que preparam e embalam a erva para a venda, apostam na criação de novos produtos.
Atualmente, há 14 mil pequenos e médios produtores de erva mate no Rio Grande do Sul.
Reportagem de Helen Braun. Ouça-a AQUI.