Muito pesada? Entenda por que Guerrero levou suspensão de 14 meses

  • Por Jovem Pan
  • 17/05/2018 15h16
Ricardo Luis Artifon/AGIF/Estadão Conteúdo guerrero, flamengo Paolo Guerrero levou um gancho pesado e está fora da Copa do Mundo da Rússia

O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) não aliviou e ampliou de seis para 14 meses a suspensão de Paolo Guerrero por doping. A decisão tirou o atacante peruano da Copa do Mundo e levantou uma importante discussão: a pena não teria sido muito pesada?

Em participação exclusiva no Esporte em Discussão desta quinta-feira, na Rádio Jovem Pan, o Dr. Fernando Solera, presidente da Comissão de Controle de Doping da CBF e maior autoridade do assunto no Brasil, esclareceu por que Guerrero levou uma punição tão rigorosa.

A explicação está no entendimento que a Agência Mundial Antidoping (Wada) tem para casos como o do peruano. Ele alega ter consumido um chá de coca contaminado, mas, segundo Solera, o órgão não leva esse fato em consideração na deliberação da pena.

“Eu entendo que muitas vezes a pena é muito pesada… Mas a Wada diz que, se aparecer na urina de qualquer atleta um estimulante não específico, que é o caso da cocaína, ele será punido com até dois anos de suspensão. Não há como a gente pensar em outra possibilidade, porque não importa como essa substância entrou no corpo do jogador. Isso não tem nenhum valor. O importante é que a substância estava na urina dele”, afirmou.

Solera ainda explicou que os exames mostram que Guerrero não usou cocaína, como muita gente acredita. “A quantidade de cocaína que tinha naquela urina era muito pequena. Menos de 70 ng/ml. Eu tenho casos no futebol brasileiro de até 1000 ng/ml… As pessoas flagradas com essa quantidade elevada muito provavelmente deram ‘tiro’, usaram na veia, cheiraram… A questão do Guerrero não é essa, pelo amor de Deus”, explicou.

“Nós conhecemos a índole do Guerrero. Temos 12 exames negativos dele desde que ele está no Brasil. E eu forneci isso para a defesa do Guerrero… Mas, infelizmente, apareceu uma substância na urina do jogador, e a Wada foi implacável”, acrescentou.

Como a decisão do TAS é definitiva, não cabem mais recursos para o atacante, que já cumpriu seis meses e terá de ficar mais 240 dias longe dos gramados. “Não há nenhuma possibilidade de ele jogar a Copa do Mundo”, finalizou Solera.

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