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Ex-presidente do BC diz que investigações ajudam em “revolução econômica”

Carlos Langoni

Apesar dos efeitos negativos de curto prazo, como aumento de incertezas, a crise política causada pelos escândalos de corrupção expostos pela Lava Jato têm um “lado positivo”. Essa é a visão de Carlos Langoni, economista, ex-presidente do Banco Central, consultor e professor da FGV.

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“O Judiciário está dando a sua contribuição para, no fundo, obrigar uma revisão profunda do papel do Estado na economia, acabar com relações espúrias entre público e privado”, aponta. O Brasil que sairia de atual crise teria um “Estado menor, mais eficiente e uma economia mais moderna, igualitária e competitiva”, na opinião do professor.

“É uma revolução econômica que passa por uma ação da justiça, ao desconstruir cartéis, obrigar o aparecimento de novos atores econômicos e o foco em eficiência e corrupção e não em lobby político”, diz Langoni em entrevista exclusiva à Jovem Pan.

Processo “gradual”

O economista entende como normal a retomada lenta dos indicadores econômicos. Para ele um processo gradual “era esperado em qualquer circunstância”. Ele vê, no entanto, um modelo diferente de crescimento do Brasil em relação aos anos anteriores. 

“Essa retomada vai ser liderada pelo investimento privado e pelas exportações, não mais pelo consumo das famílias”, afirma. Isso ajudaria a explicar o “processo mais demorado” de retomada.

Langoni defende as reformas da Previdência e trabalhista como modernizadores da economia brasileira.

Paradoxal

Carlos Langoni ainda se anima com os indicadores que apontam para o fim da recessão, mesmo em meio à grave crise política, que atinge a alta cúpula do governo Michel Temer, além de dezenas de deputados e senadores. O Brasil é um País “paradoxal”, que convive com tensões políticas e “todos os indicadores internos e externos” positivos que “apontam para o fim iminente da recessão”, diz. 

Dois últimos estudos constatam “expansão contínua e firme em janeiro e fevereiro”, além da retomada forte de importações.

Assista e ouça a entrevista completa:

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