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Familiares de PMs prometem mobilização no ES até governo abrir diálogo

Aquartelamento de PMs no ES gera caos

No dia em que o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, classificou a paralisação da PM no Estado como “chantagem” e negou “pagar o resgate” pelo que denominou de “sequestro da liberdade da população”, as mulheres de policiais ganharam o apoio da polícia civil e garantem: vão resistir.

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As famílias prometem continuar acampadas sob tendas e com os filhos ao redor, já que escolas também estão fechadas. “A gente leva as crianças, leva lanche. A própria população que apoia nossa causa vai lá e oferece lanche”, disse Joana.

Vanessa e Joana se revezam para que, ao menos, 25 pessoas estejam de prontidão diante da 2ª Companhia do 6º Batalhão da PM em Serra, na Grande Vitória.

O marido da Joana, há 8 anos na corporação, recebe o piso, em torno de R$ 2,6 mil. Mas com o desconto vai para R$ 2,1 mil.

A corporação é proibida de fazer greve. O movimento, que começou na sexta-passada, é alimentado pela certeza de que, se pararem agora, as condições nunca vão melhorar.

Mas, desde então, o Espírito Santo vive dias de violência, com mortes, assaltos e saques, apesar da presença do Exército e da Força Nacional.

Vanessa, casada com um PM com 24 anos de carreira, entende que a responsabilidade pela onda é do governo do Estado, que há sete anos não corrige os salários da corporação.

O Governo nega que não abriu espaço de diálogo. Já a Corregedoria da PM promete investigar e punir policiais aquartelados no Estado.

Mas o esposo da Alice oi convocado para permanecer no quartel. Na hora do almoço, ela levou marmita ao policial, já que o salário não dá direito a “regalias”.

“Como eles não têm nenhum tipo de alimentação, ele sempre levou comida de casa. Eu continuei com a mesma rotina”, contou.

Deixar a corporação é uma vontade premente entre as famílias. Mas o desemprego também atinge fortemente o Estado. O índice foi de 12,7% no terceiro trimestre do ano passado, maior que a média nacional no período.

O contexto restringe ainda mais a opção dos PMs para pedir a baixa.

As mulheres dizem que não conhecem pessoalmente a maioria das participantes e orquestram toda a mobilização via WhatsApp.

*Informações da repórter Carolina Ercolin

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