Eleições e impasse entre Estados Unidos e China: entenda os impactos no agro brasileiro
Durante o Hora H do Agro deste sábado, 6, temas como Plano Safra 22/23, mercado de carnes e tecnologia digital foram abordados
A China suspendeu diálogos em diversos temas com os Estados Unidos após a visita da presidente da Câmara norte-americana, Nancy Pelosi, a Taiwan. Pequim considerou a ida da representante uma afronta. O fato mexeu com a dinâmica entre os países, considerados os mais poderosos do mundo. O assunto foi debatido por especialistas neste sábado, 6, no Programa Hora H do Agro. “A China é o maior parceiro comercial de Taiwan e ela já restringiu o comércio com esse país. Além disso, em termos de economia, os exercícios militares chineses ao redor da ilha podem ter um efeito de bloqueio, o que pode atrapalhar ainda mais as cadeias de suprimento que já estão tensas pela Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia”, explica o professor de relações internacionais da FESPSP Bernardo Wahl. O especialista também destaca que as eleições de meio mandato nos EUA e o congresso do Partido Comunista, que geram necessidade de demonstração de força por parte de Xi Jinping, são fatores importantes para o acirramento do embate entre as nações.
O agronegócio também sofre com os impactos do desgaste dessa relação entre chineses e americanos. Isso porque a China é a principal parceira comercial do Brasil e os Estados Unidos nosso principal concorrente. O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho, avalia que o Brasil tem condições de manter diálogo com os dois países e eventualmente aumentar as exportações para a China caso algum tipo de sanção destinada aos americanos ocorra. “Nós, provavelmente, vamos ser chamados a, de repente, aumentar a exportação para a China como um tipo de represália aos Estados Unidos. A gente vai ter que ter a cabeça no lugar, equilíbrio, para poder ficar equidistante desse problema (…) acredito que o Brasil continua sendo mais competitivo e alguém desejado pelos dois lados.” Ainda nesta edição, o programa Hora H do Agro debateu o início das movimentações para as eleições, em outubro deste ano. Nesta semana, terminou o prazo para as convenções partidárias a fim de estabelecer todos os candidatos, bem como vices e suplentes. A jornalista e comentarista da Jovem Pan Cristina Graeml pontuou que a ida às urnas de 2022 será a mais acirrada de todos os tempos no Brasil e afirma que há grande perseguição em cima de um dos candidatos.
“O judiciário (…) há uma perseguição gigantesca em cima do candidato Bolsonaro, em cima do presidente Bolsonaro, em cima de apoiadores do presidente e do candidato. A gente vê inquéritos ilegais abertos de ofício questionados por juristas da Procuradoria-Geral da República e ignorados pela alta cúpula do judiciário”. Já o gerente de análise política e econômica da Prospectiva, Adriano Laureno, vê a terceira via com poucas chances diante de Lula e Bolsonaro, os dois candidatos à frente nas pesquisas de intenção de voto. “Os grupos políticos e os próprios palanques estaduais já estão muito bem organizados, principalmente em torno do Lula e do Bolsonaro. A gente vê isso muito claramente no MDB onde 11 dos candidatos a governador já se aliaram ao Lula (…) o que vamos ter pela primeira vez na história do Brasil é uma disputa de legados entre um presidente e um ex-presidente”, pondera. A jornalista Kellen Severo também realizou uma entrevista exclusiva com o secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Bastos e tirou dúvidas do público sobre o Plano Safra 22/23. Temas como mudanças no mercado de carne bovina e tecnologias para evitar desperdício no momento da pulverização também foram abordados.
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