Agência Nacional de Águas declara situação hídrica ‘crítica’ em cinco Estados

Escassez atinge a Região Hidrográfica do Paraná, que também abrange parte de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 02/06/2021 07h37 - Atualizado em 02/06/2021 09h09
Pedro França / Agência Senado Torneira com água pingando Na semana passada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico emitiu um alerta de "risco hídrico", permitindo que fossem tomadas medidas para evitar um racionamento de energia

O Senado Federal promove nesta quarta-feira, 2, debate sobre a medida provisória que viabiliza a privatização da Eletrobras. O relator da proposta será o senador Marcos Rogério. Se aprovada, a Medida Provisória vai reduzir a participação do governo federal na estatal, atualmente de 51,82%. No entanto, a proposta divide opiniões no Congresso Nacional já que parte dos parlamentares acredita que a privatização pode provocar aumento nas contas de luz. A empresa é responsável por mais de 30% da energia gerada no Brasil e tem mais de 58 mil quilômetros de linhas de transmissão, o que corresponde a 57% do total nacional. A tendência é que a discussão ganhe mais força por causa da crise hídrica gerada pelo baixo nível dos reservatórios e o encarecimento do custo de produção de energia no país, situação que levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a anunciar a adoção da bandeira vermelha 2 nas contas de luz em junho. Nesta terça-feira, 2, a Agência Nacional de Águas declarou situação crítica de escassez na Região Hidrográfica do Paraná, que abrange parte de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. É a primeira vez que a medida é tomada. Com isso, poderão ser definidas regras temporárias de operação dos reservatórios para a preservação dos volumes.

Em um primeiro momento, a necessidade de restrições para irrigação e o abastecimento humano não é vislumbrada. Para monitorar a crise hídrica, a diretoria da Aneel criou um “gabinete de situação”. O sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Pedro Rodrigues, avalia que o problema é a falta de planejamento do sistema elétrico no país associado a um problema climático. “Falta de ter termoelétricas que poderiam ser colocadas, falta de outro tipo de geração, aí digo erro de planejamento, porque o planejamento não conseguiu olhar com essa visão e nos deixou reféns do clima, porque estávamos vivendo a mesma crise hídrica que vivemos praticamente todo ano”, disse.  Ainda de acordo com Pedro Rodrigues, atualmente a melhor saída seria a produção de energia a partir do gás natural ou energia nuclear.  Na semana passada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico emitiu um alerta de “risco hídrico”, permitindo que fossem tomadas medidas para evitar um racionamento de energia.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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