Alemanha e Noruega negociam fundo de preservação da Amazônia, diz Mourão

Durante participação no Fórum Econômico Mundial de Davos, o vice-presidente criticou a falta de financiamento estrangeiro para iniciativas de proteção da floresta

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2021 06h27 - Atualizado em 28/01/2021 06h27
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Para Mourão, é crucial que o setor privado tome a dianteira no financiamento de pesquisa e programas científicos na região

Brasil volta a negociar com Alemanha e Noruega para a iniciativa do Fundo da Amazônia. É o que indicou Hamilton Mourão durante a fala no Fórum Econômico Mundial de Davos. O vice-presidente participou nesta quarta-feira, 27, de um painel que discutiu alternativas para a bioeconomia na região da floresta. Mourão disse que o governo brasileiro busca parcerias do setor privado para lutar contra o desmatamento e gerar empregos nos estados da Amazônia Legal. O general criticou a falta de financiamento estrangeiro em iniciativas de preservação, apesar da comunidade internacional pressionar uma atuação mais contundente do Brasil. “Mesmo que o interesse internacional sobre o estatuto da Amazônia tenha aumentado, não se pode dizer o mesmo dos investimentos, que são abaixo do esperado. Sem o esforço de parceiros públicos e privados não vamos atingir o objetivo de ter uma Amazônia preservada e próspera. Sabemos que o único caminho é combinar o avanço tecnológico com a preservação.”

Mourão disse ainda que é crucial que o setor privado tome a dianteira no financiamento de pesquisa e programas científicos na região. Segundo o vice-presidente, os governos da Noruega e da Alemanha estão renegociando os termos do Fundo Amazônia, estabelecido em 2008 para a preservação da floresta. Ele mencionou que o governo federal tem agido para evitar a destruição da vegetação nativa e que os esforços resultaram em uma queda de 17% no desmatamento no segundo semestre do ano passado. A afirmação, no entanto, é contestada pela Rede Observatório do Clima, que advertiu que o dado é referente ao recorde de 103% em relação ao ano de 2019, acima da média histórica.

O presidente da Colômbia participou do painel e garantiu que os países da bacia amazônica conversam sobre o cuidado da região. Ele ressaltou que o setor privado tem participação direta na preservação da floresta. “O setor privado está ciente da importância da região e colocou recursos que podem coexistir junto da preservação da natureza com as comunidades. E nós conseguiremos, dessa forma, investir nas áreas mais afetadas nas últimas décadas”, disse. No decorrer da semana, o Fórum Econômico Mundial terá ainda as falas de Paulo Guedes, da Economia, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. O presidente Jair Bolsonaro recusou o convite para participar do evento virtual, mas deve comparecer ao Fórum em Singapura, marcado para o mês de maio.

*Com informações do repórter Vinicius Nunes

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