Alerta de desmatamento na Amazônia Legal bate recorde para mês de abril desde 2016

Especialista afirma que número não é positivo para Brasil porque estigmatiza visão de que produtos do agronegócio vêm da ilegalidade

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2021 06h33
Gabriela Biló/Estadão Conteúdo Queimadas e desmatamento na Amazônia Imagem mostra os efeitos das queimadas e desmatamento na Amazônia

A área sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal em abril foi a maior para o mês desde o ano de 2016. Até o dia 29 de abril, foram 581km² desmatados, segundo a medição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este é o segundo mês consecutivo em que os índices batem recordes históricos mensais. Para Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, o número prejudica o país. “Isso é ruim para a cooperação brasileira, é ruim para o mercado, para as commodities do Brasil, porque acaba parecendo que tudo que o Brasil produz na área do agronegócio é ilegal, é fruto da ilegalidade. E aí prejudica também o Brasil na OCDE, prejudica o Brasil na Organização Internacional de Comércio, ou seja, é muito ruim, negativo para a imagem do Brasil no exterior, além do dano irrecuperável que a Amazônia vem sendo submetida”, afirmou.

Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares. Isso vale para áreas totalmente desmatadas quanto para aquelas em processo de degradação florestal afetadas por exploração de madeira, mineração e queimadas. A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de oito estados diferentes: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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