Pandemia de Covid-19 faz vítimas cada vez mais jovens no Brasil, aponta Fiocruz

Idade média de internados caiu de 64 para 57 anos, enquanto a maioria dos óbitos saiu da faixa etária de 71 e está em 64 anos

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2021 00h12 - Atualizado em 08/05/2021 00h12
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Raylanderson Frota/Ishoot/Estadão Conteúdo Cinco profissionais de saúde tratam paciente internado em unidade de hospital no Acre Pacientes mais jovens estão sendo internados nos hospitais pelo país

A pandemia de Covid-19 no Brasil está se espalhando cada vez mais pelas camadas jovens da população. A constatação faz parte do “Boletim do Observatório Covid-19”, editado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta sexta-feira, 7. Os dados apresentados nesta edição confirmam o processo de rejuvenescimento da pandemia, com uma clara mudança demográfica: adultos jovens e de meia-idade representam uma parcela cada vez maior dos pacientes em enfermarias e unidades de terapia intensiva. Referente às semanas epidemiológicas entre 18 de abril e 1º de maio, a análise destaca as oscilações dos indicadores nos estados, a alta proporção de testes com resultados positivos, bem como a manutenção da sobrecarga de todo o sistema de saúde. Esses indícios revelam que a pandemia se mantém em patamar crítico de transmissão, com valores altos de incidência e mortalidade.

“A ligeira redução de casos e óbitos por Covid-19 não significa que o país tenha saído de uma situação crítica, pois as médias diárias de 59 mil casos e de 2,5 mil óbitos nestas duas semanas epidemiológicas se encontram em patamares muito elevados. Somente com a redução sustentada por algumas semanas, associada à aceleração da campanha de vacinação e à intensificação de ações de distanciamento físico e social, combinadas com proteção social, será possível alcançar a queda sustentada da transmissão e a redução da demanda pelos serviços de saúde”, alertaram os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo boletim.

O processo de rejuvenescimento é confirmado por meio dos novos dados. A semana epidemiológica 16 apresenta idade média dos casos internados de 57 anos, versus idade média de 63 anos na semana epidemiológica 1. Para óbito, os valores médios foram 71 anos, na semana epidemiológica 1 e 64 anos nesta última. Segundo a Fiocruz, há deslocamento da curva em direção a faixas etárias mais jovens. Quanto ao número de leitos, após muitas semanas em situação muito crítica, as taxas de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) Covid-19 no país começam a dar sinais de melhora, embora ainda longe de indicar um quadro tranquilo. Entre 26 de abril e 3 de maio, as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos mantiveram a tendência lenta de queda em quase todo o país.

*Com informações da Agência Brasil

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