Anvisa, Estados e municípios definem diretrizes para início da vacinação de crianças contra Covid-19

Expectativa é que a imunização comece de forma escalonada nas próximas semanas, seguindo a a ordem de prioridade estipulada pelo Plano Nacional de Imunização

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2022 06h46 - Atualizado em 07/01/2022 10h48
LUIS GANDARILLAS / AFP menino olhando vacina na Bolívia Em São Paulo, o público estimado é de 4,3 milhões de crianças e o Estado vai utilizar as escolas para serem pontos de vacinação

Estados e municípios já começam a se organizar para iniciar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. Em Minas Gerais, o secretário de saúde Fábio Baccheretti disse nesta quinta-feira, 6, que o Estado deve receber 370 mil doses da vacina pediátrica da Pfizer entre os dias 13 e 27 de janeiro. O público total é de 1,8 milhão de crianças. A proposta é que o calendário de imunização siga a ordem de prioridade estipulada pelo Plano Nacional de Imunização: primeiro crianças com comorbidades e deficiências permanentes, indígenas e quilombolas e depois por idade. O mesmo critério será adotado no Amazonas, onde o governador Wilson Lima já anunciou os grupos prioritários. Em São Paulo, o público estimado é de 4,3 milhões de crianças e o Estado vai utilizar as escolas para serem pontos de vacinação, conforme a necessidade e a decisão dos municípios. Em entrevista à Jovem Pan, o secretário municipal da capital paulista, Edson Aparecido, afirmou que as crianças serão imunizadas apenas nos postos de saúde.

“As unidades de saúde são absolutamente preparadas, temos todo um sistema de refrigeração que adquirimos, compramos as seringas para crianças. Os nossos profissionais estão treinados para fazer a vacinação. Não posso tirar o profissional que está vacinando, atendendo gripe, Covid-19, para ir a uma escola vacinar. Não tem nenhuma racionalidade nisso”, disse. Também em entrevista à Jovem Pan, o secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, Daniel Sorans, falou sobre o escalonamento feito para atender as 570 mil crianças entre 5 e 11 anos. A estimativa é que a vacinação comece dia 17 para as meninas de 11 anos e no dia 18 para os meninos da mesma idade, sendo o dia 19 repescagem geral. No dia 20 será a vez de garotas de 10 anos e no dia 21 dos meninos, seguindo o mesmo modelo até chegar aos 5 anos de idade. “Nós gostaríamos de vacinar todas as crianças em uma única semana, temos capacidade e aplicação de 130 mil doses de vacina por dia. Só que, infelizmente, não vamos ter a quantidade de vacinas necessária, por isso escalonamos o calendário em quatro semanas, o que achamos adequado”, disse.

Nesta quinta-feira, 6, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), se reuniu com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) para alinhar a campanha de imunização infantil. Entre as principais recomendações está que a vacinação deve ser feita em local diferente dos demais grupos, para evitar qualquer erro com troca de dose pediátrica pela adulta. A criança deve permanecer 20 minutos ainda em monitoramento após a aplicação e não é possível tomar a vacina de Covid-19 junto com qualquer outra do calendário infantil, sendo necessário um intervalo de 15 dias. Também nesta quinta-feira, a Anvisa deu mais um passo na análise da vacina CoronaVac para crianças e adolescentes. Os dados apresentados pelo Instituto Butantan foram discutidos com especialistas, técnicos chilenos e da chinesa Sinovac, parceira na produção do imunizante. Segundo a agência, as reuniões representam um avanço nos trabalhos de avaliação do uso da vacina para a faixa etária de 3 a 17 anos.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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