Confira como foi a sabatina com Tarcísio de Freitas, candidato ao governo de SP

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, ex-ministro defendeu valores cristãos na campanha, citou a geração de empregos como prioridade no Estado e detalhou tiroteio em Paraisópolis

  • Por Jovem Pan
  • 18/10/2022 08h19 - Atualizado em 18/10/2022 13h02
Reprodução/Jovem Pan News Tarcísio de Freitas durante sabatina à Jovem Pan Tarcísio de Freitas durante sabatina à Jovem Pan

O ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas participa de sabatina no Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 18. Candidato ao Governo de São Paulo pelo Republicanos, ele teve agenda de campanha suspensa nesta segunda após um tiroteio na comunidade de Paraisópolis, Zona Sul da capital paulista, episódio que ele considera como uma tentativa de “intimidação do crime organizado”.  “Foi ato de intimidação do crime organizado dizendo ‘vocês não são bem-vindos aqui’. ‘A gente não quer vocês aqui dentro’. Para mim, é uma questão territorial, não tem nada a ver com questão política e eleitoral”, afirmou em coletiva. No primeiro turno, o ex-ministro liderou entre o eleitorado paulista e recebeu 42,32% dos votos válidos, ante 35,70% de Fernando Haddad (PT). Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio apresenta como suas principais bandeiras o investimento em tecnologias de segurança; fim do uso de câmeras nos uniformes policiais; políticas públicas voltadas ao emprego e renda; obras; privatizações e programas habitacionais, além da defesa do agronegócio no Estado. Confira abaixo a cobertura especial da Jovem Pan sobre a sabatina de Tarcísio Gomes de Freitas:


9h20 – Tarcísio de Freitas faz considerações finais

Primeiro queria agradecer a expressiva votação que eu tive no primeiro turno, isso foi uma demonstração de confiança, uma demonstração de adesão ao nosso projeto. Isso nos enche de esperança e de motivação. Estamos trabalhando com um time muito técnico para prover o melhor, um plano de governo que no final das contas vai ter uma veia social muito grande e também uma veia econômica que vai resgatar o emprego. A gente quer cuidar das pessoas, cuidar das pessoas que estão em situação de rua, levar a política pública para as periferias, levar as fábricas de cultura, integrar a escola com a comunidade, fazer com que a escola seja um local de desenvolvimento de atividades culturais, de capacitação profissional, a gente quer dar esperança para muitos jovens. Conectar esses jovens com o mercado de trabalho, daí o programa Jovem Aprendiz e por outro lado gerar emprego e fazer com que o Estado de São Paulo reestabeleça a sua o seu protagonismo e possa ser cada vez mais competitivo. Estamos prontos, não sou teórico, nem político profissional, sou engenheiro, mão na massa, me acostumei a fazer e estamos muito animados com esse desafio. Tenho certeza que com a confiança de vocês a gente vai continuar fazendo a diferença no Estado de São Paulo. E o alinhamento do governo estadual com o governo federal é muito importante. Por isso eu peço seu voto. Para governador Tarcísio 10 e para presidente Bolsonaro 22.


9h16 – São Paulo vai liderar combate ao crime?

Tarcísio Gomes de Freitas: Com certeza. A gente para combater o crime organizado precisa monitorar pontos críticos, que são portos, aeroportos. Então atuação em conjunta do governo estadual e federal é fundamental.


9h12 – Como reduzir impostos, que gera arrecadação, e aumentar programas sociais?

Tarcísio Gomes de Freitas: Isso tem lógica de incentivo a atividade econômica. Se a gente ver o orçamento foi aumentando, está havendo um crescimento. A partir do momento que desço a carga tributária e trago novos negócios, gero também arrecadação. Existem empresas que estão deixando de fazer investimentos porque estão com créditos retidos.


9h08 – Quais planos para recuperar a educação em São Paulo?

Tarcísio Gomes de Freitas: É um problema seríssimo esse da educação. O Brasil foi campeão mundial em afastamento e precisamos de estratégia de quatro pilares: combate à evasão escolar, assistência familiar, seleção de conteúdos a serem recuperados e escolas conectadas.


9h04 – Vai mudar a sede do governo para o Centro de São Paulo?

Tarcísio Gomes de Freitas: Entendo que isso é fundamental. A revitalização do Centro é uma componente fundamental para restabelecer segurança e emprego. Não dá para acabar com a Cracolândia sem pensar em uma aliança de políticas públicas. Quando você concentra as estruturas do poder na região central, isso passa uma mensagem. Qual a mensagem? O poder está presente no Centro. O Centro é muito importante para mim e quero revitalizar. Se estiver afastado do problema, o problema não toca você.


9h – Qual impacto do apoio de Romeu Zema e Cláudio Castro para o presidente no 2º turno?

Tarcísio Gomes de Freitas: Estamos transformando maioria política em eleitoral. O que estamos fazendo é mobilizando prefeitos, vereadores, lideranças que têm bases em prol da candidatura do presidente. Aumentamos a quantidade de braços e começa a repercutir nos nosso levantamentos, que mostram liderança em Minas Gerais e vai vencer lá. É uma candidatura que está crescendo, a aceitação do governo crescendo, a rejeição diminuindo. Uma situação de empate consolidada, agora é voto a voto. Por isso, acredito muito na vitória do presidente no segundo turno.


8h54 – Como vai ser a divisão dos cargos do seu governo? PSDB terá cargos?

Tarcísio Gomes de Freitas: Nas discussões de apoiamento, sempre foi na linha programática. Nunca colocamos cargos, até porque essa conversa não existiria comigo. Não houve comprometimento com cargos. A gente conseguiu uma frente ampla de apoio. Hoje, temos mais de 500 prefeitos apoiando a candidatura, isso vai fazer diferença no segundo turno. Não há comprometimento de cargos, a linha de ocupação das secretarias será técnica. Dentro dos servidores, há servidores de carreira e que têm muito conhecido. Eles têm histórica, memória, e o fato de terem servido a outros governos não quer dizer nada. Profissionais de carreira vão ser aproveitados. Não é um governo de desconstrução.


8h51 – Lula disse que você aprendeu a trabalhar no governo de Dilma Rousseff

Tarcísio Gomes de Freitas: A gente foi lá resgatar um órgão que estava tomado pela corrupção. Por que fui ao DNIT? Porque eu fazia auditoria na área de transportes no governo federal. O Dnit teve seis operações da Polícia Federal em sequência, estava completamente entregue à corrupção. Aceitei o desafio porque era auditor, estava sempre dizendo o que estava errado e tive a oportunidade de fazer o certo. Fui para tornar o Dnit capaz de fazer projetos e obras e tirar das páginas policiais. Minha atuação no governo do PT foi interventor.


8h48 – Qual plano para reduzir a máquina em SP?

Tarcísio Gomes de Freitas: A gente precisa diminuir o tamanho da máquina com responsabilidade. Temos desperdício de um lado e falta do outro. É enorme o déficit na Polícia Civil, Polícia Militar, no quadro de médicos, na educação. Faltam professores no ensino médio, o que significa horas de aulas a menos e estudantes prejudicados. Agora, para abrir espaço eu tenho que aliviar peso de outras áreas. Tenho certeza que dá para diminuir muito o tamanho do Estado.


8h45 – Como melhorar o ritmo das obras do metrô?

Tarcísio Gomes de Freitas: Primeiro, tem que ter bons contratos e segundo tem que ter um ambiente que favoreça os investimentos. Por que as obras param? Porque tem interferência do Ministério Público, de órgãos públicos, tendo órgão que canaliza as demandas, passa a ser porta de entrada e saída das soluções de problemas. Você ter um órgão dedicado a isso é uma boa prática.


8h38 – Como a sua experiência no Haiti pode ajudar com crime organizado em SP?

Tarcísio Gomes de Freitas: São situações diferentes. No Haiti era uma situação de caos absoluto, um país absolutamente sem ordem. Antes de manter a paz, é preciso conquistar a paz. Aqui é uma questão delicada e complexa. Por um lado, tem que combater o crime, combate a recepção de armas e de drogas, isolamento de lideranças, dificuldade de comunicação. Agora, temos que ver que tem um corpo de pessoas que moram nas comunidades que são trabalhadoras, buscam sobreviver. É para essas pessoas que temos que trabalhar, que são reféns do crime. O crime traz uma falsa sensação de segurança para as pessoas. Diferente do Rio, você tem combate entre facções que buscam domínio territorial, aqui há um grupo hegemônico. O Estado tem que se fazer presente. A gente tem que celebrar cada jovem tirado da mão de crime. De que maneira? Pela geração de emprego. Se um jovem vira um empreendedor, a gente tirou o jovem da mão do crime. Se um jovem é capacitado, cria sua startup, a gente salvou um jovem da mão do crime.


8h33 – ‘Venham para São Paulo porque vamos gerar empregos’, diz Tarcísio

Tarcísio Gomes de Freitas: Venham para São Paulo porque vamos gerar empregos, vamos retomar competitividade. Me preocupa muito a questão da Cracolância, a questão das pessoas em situação de rua, me preocupa uma assistência social viva. Por outro lado, teremos uma linha de geração de empregos. Outra linha é da redução da carga tributária, também a linha do crédito.


8h28 – Amanda Klein questiona sobre exploração da fé na campanha política

Tarcísio Gomes de Freitas: A gente tem que entender que a presença do presidente da República em Aparecida é absolutamente comum. É comum que candidatos compareçam também, a gente viu isso em toda histórica. presidente não pode ser responsabilidade pela conduta de um apoiador ou outro. Do ponto de vista do comportamento do presidente, nenhum reparo a fazer. Entendo que não tem exploração da fé. Você tem um presidente cristão, que defende valores da família, da pauta cristã. Mostrar sua veia religiosa não é problema nenhum. Não acho que está indo longe demais. O que está no debate é quais valores queremos para a nossa sociedade. Como cristão, você tem uma corrente de pensamento que você tem que defender. Existe uma linha na pauta progressista, de esquerda, que é contra os valores cristãos.


8h25 – O que pretende fazer com as câmeras dos uniformes policiais?

Tarcísio Gomes de Freitas: Como eu já disse, tenho uma posição crítica com relação às câmeras, porque acho que inibe os policiais. Inibe uma pessoa que faz uma denúncia com o policial, tem medo de ser gravada. A polícia pode ser vítima de isca. A gente tem que avaliar os números em relação à produtividade. Tenho uma posição crítica e não é pelo episódio de ontem que vou mudar de opinião. Mas não vou tomar uma decisão sozinho, vou ouvir especialistas, construir uma boa equipe de segurança pública.


8h20 – Tiroteio em Paraisópolis foi intimidação?

Tarcísio Gomes de Freitas: Pelas circunstâncias, você está dentro do espaço e não sabe o que está acontecendo. A gente vinha fazendo a visita, uma obra social muito interessante. Estava muito feliz, porque era uma agenda que enche o coração de esperança e em determinado momento começamos a ouvir rajadas de tiros. Imaginei o seguinte: é intimidação. Alguma coisa aqui não está combinada, descobriram que estava aqui e resolveram dar um recado. A troca de tiros se intensificou, houve um certo pânico, recomendamos que as pessoas se abaixassem. Entra uma pessoa no local dizendo “tem que tirar ele daqui, é importante que ele saia imediatamente”. A única coisa que pode fazer é ficar abrigado. Quando a gente chegou, quatro motos começaram a circular no local, fotografar a equipe de segurança, perguntar se eram policiais. As motos saíram e voltaram com pessoas armadas. O policiamento ostensivo rapidamente chegou, houve troca de tiros, um dos bandidos foi alvejado e faleceu. Não tem nada a ver com a minha pessoa, não é atentado, não tem conotação política e partidária. Eles dão recado: “Entrou aqui e não tem permissão”. O crime organizado atua, é forte, está consolidado e atrapalha as pessoas. Há projetos que são refém do crime, que funcionam com a permissão do crime.


8h20 – Thiago Uberreich e Adriana Reid dão boas-vindas a Tarcísio Gomes de Freitas

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