Apesar da pressão do turismo, Bolsonaro descarta volta do horário de verão
Empresários defendem que a medida é importante diante da preocupação com a crise hídrica; presidente alega que a mudança não garante uma economia significativa de energia
Apesar da pressão imposta por empresas e entidades ligadas ao turismo pela volta do horário de verão, o governo federal não tem planos para retomar a medida. A informação foi confirmada com exclusividade pelo presidente Jair Bolsonaro ao programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 29. Segundo Bolsonaro, a mudança no relógio, adiantado em uma hora de outubro a fevereiro, não garante uma economia significativa de energia. O presidente ainda afirmou que um estudo do Ministério de Minas e Energia mostrou que o consumo de energia no horário de verão era superior a períodos regulares. Representantes de hotéis, bares e restaurantes defendem que a medida é importante diante da preocupação com a crise hídrica, além de beneficiar o turismo nacional, estendendo o funcionamento das atividades.
A Pesquisadora em Turismo na Universidade de São Paulo (USP), Mariana Aldrigui, avalia que retomar o horário de verão traz muitos benefícios, sobretudo econômicos. “Isso vai oferecer pelo menos mais uma hora de feição do tempo livre e de atividades ao ar livre para os turistas. E a gente vai ter nos próximos seis meses ainda muitas viagens de lazer e muita gente buscando, pós-vacina, esse momento de contemplação, de aproveitar a vida ao ar livre, de estar juntos. Havendo maior que esses encontros aconteçam sempre do lado de fora, porque vai estar claro, é mais legal”, disse. Para o presidente do Instituto de Desenvolvimento, Turismo, Cultura e Meio Ambiente de São Paulo, Bruno Omori, a volta do horário de verão também vai favorecer o aumento de renda e redução do desemprego.
“O retorno do horário de verão é muito produzido principalmente pelos Estados do Sudeste e Sul, porque no verão tem um dia mais amplo. Tendo um dia mais amplo, a pessoa pode aproveitar com o horário de verão ficar mais tempo na praia, consumir mais, ficar mais tempo em um campo ou em um parque temático. Com mais tempo dentro desse espeço, ele vai consumir mais dentro dos 52 segmentos impactados diretamente com o turismo”, disse. A extinção do horário de verão foi uma das primeiras medidas tomadas pelo governo Bolsonaro, em 2019. Na época, o presidente alegou que isso ajudaria a elevar a produtividade do trabalhador brasileiro.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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