Apesar do preconceito, número de universitários acima dos 35 anos aumenta no Brasil

Dados do Ministério da Educação mostram que em 2021 quase 600 mil pessoas nesta faixa etária foram matriculadas em universidades, um aumento de 171% nos últimos 10 anos

  • Por Jovem Pan
  • 10/04/2023 12h23 - Atualizado em 10/04/2023 12h56
janeb13/pixabay Jovem estudando Pessoas com mais de 35 anos têm reivindicado seus espaços nas universidades e moradias estudantis

A busca por moradias estudantis está em alta em São Paulo inclusive entre pessoas mais velhas, conforme revelou um levantamento realizado Share Student Living, empresa de residências estudantis no Brasil. A busca de pessoas acima de 35 lugares por este tipo de moradia dobrou entre 2022 e 2023, de acordo com a pesquisa. Dados do Ministério da Educação também mostram que em 2021 quase 600 mil pessoas acima dos 40 anos foram matriculadas em universidades, o que representa um aumento de 171% nos últimos 10 anos. Apesar dos avanços, o preconceito permanece. No início de março, três estudantes de uma universidade particular de Bauru, no interior de São Paulo, debocharam nas redes sociais de uma outra aluna da instituição pelo fato dela ter 40 anos. O vídeo gerou uma onda de revolta nas redes sociais, onde as jovens foram acusadas e etarismo. Em entrevista à Jovem Pan News, Ivete Berkenbrock, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia tem discutido a questão do preconceito e a importância de pessoas nessa faixa etária continuarem ativas para um melhor envelhecimento.

“O envelhecimento tem que ser encarado como uma fase da vida. É a fase mais longa da vida. As pessoas vão ter muitas oportunidades de fazer no seu envelhecimento o que não tiveram a oportunidade de fazer na juventude. Isso inclui tudo, estudar, continuar trabalhando, namorar, passear, aprender, se vestir do jeito que quiser, dirigir enquanto tiver capacidade cognitiva e motora para tal. Não é a idade que vai definir o que nós podemos ou deixamos de poder fazer”, declarou Berkenbrock. Além disso, a especialista aponta os benefícios da convivência dos jovens com pessoas mais velhas em moradias estudantis: “A questão de pessoas entre 35 e 40 anos estarem buscando uma convivência com pessoas mais jovens demonstra a necessidade de se interagir. Porque as trocas são muito grandes nesses ambientes. Eu aprendo muito com uma pessoa de 18, mas com certeza a pessoa de 18 vai aprender com quem tem 35. Isso permite que todos tenham uma convivência pacífica, harmoniosa, construtiva e mais econômica”. Também é importante que os mais velhos não se boicotem e se desestimulem a não realizar alguma atividade por causa da idade.

*Com informações do repórter David de Tarso

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