Após críticas de Bolsonaro, ministro Alexandre de Moraes sai em defesa de Barroso

Ministro do STF afirmou em palestra online que ‘ninguém pode ofender’ ministro da forma como Barroso foi ofendido após obrigar instauração da CPI da Covid-19 no Senado

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2021 09h19
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Foto: Abdias Pinheiro/ Ascom /TSE /TSE/10,09,2019 ministro alexandre de moraes Ministro Alexandre de Moraes é o atual comando do Tribunal Superior Eleitoral nesta terça-feira, 16

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, repreendeu neste sábado, 10, ataques ao colega de Corte, Luís Roberto Barroso, após determinação monocrática dele para abertura de uma CPI da Covid-19 no Senado. A defesa ocorreu durante uma live com o grupo Prerrogativas. Na última sexta-feira, 9, o presidente Jair Bolsonaro repetiu o discurso de apoiadores e acusou Barroso de militância política ao criticar a investigação. Segundo Moraes, o colega de casa foi provocado, via mandado de segurança, pelos senadores e a obrigação dele era analisar a concessão ou não da liminar. “Decisões judiciais nós podemos concordar, discordar, nós podemos criticar acidamente, recorremos, podemos conseguir reverter. Agora, uma decisão judicial fundamentada, pública, transparente, não faz e não cria o direito de ninguém poder ofender da forma como se ofendeu o ministro Luís Roberto Barroso”, disse.

Alexandre de Moraes ainda afirmou que a prioridade do Supremo é a defesa da vida e da saúde no combate à pandemia. O ministro reiterou que a decisão do tribunal no início da pandemia não afastou o Governo Federal de responsabilidades. “Em momento algum o Supremo Tribunal Federal afastou a União dessa atuação. Mais do que isso: o Supremo reafirmou que as questões de interesse geral seriam de coordenação da União, mas a partir dessas decisões o Supremo começou a ser fortemente atacado. Todos se recordam aqui de duas imagens lamentáveis, uma imagem de filme de terror de quinta categoria, meia dúzia de encapuzados, como se fosse a Ku Klux Klan tupiniquin, marchando no Supremo com tochas, e a outra jogando fogos de artifício”, recordou. Ele lembrou que além destas manifestações contra o Supremo, os ministros e familiares foram alvos de ameaças e planos de atentados. O ministro ressaltou que a liberdade de expressão tem que ser acompanhada de responsabilidade.

*Com informações do repórter Vinícius Moura

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