Após divulgação de eficácia, Reino Unido compra 5 milhões de doses da vacina da Moderna

Imunizante é mais caro que o da Pfizer, mas pode ter logística de distribuição menos complicada

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 17/11/2020 07h55 - Atualizado em 17/11/2020 10h27
EFE/EPA/WU HONG A Moderna usa tecnologia semelhante a da Pfizer, mas no começo do ano não tinha cadeia produtiva na Europa

A notícia de que mais uma vacina apresentou eficácia alta contra a Covid-19 causou alvoroço entre os europeus. O imunizante do laboratório americano Moderna é mais caro que o da Pfizer, mas pode ter logística de distribuição menos complicada. O continente está diversificando seu portfólio de vacinas — fechando contratos com diversas farmacêuticas mesmo ainda na fase de testes. Os Estados Unidos já compraram 100 milhões de doses da Moderna. A União Europeia tem pré-contrato para adquirir entre 80 e 160 milhões de doses. Japão, Canadá, Suíça, Qatar e Israel são outros países que também fecharam acordos com os norte-americanos.

O Reino Unido não tinha contrato de pré-compra com a Moderna e na segunda-feira (16) mesmo correu para adquirir 5 milhões de doses. O país deve receber o primeiro lote somente em abril. Os britânicos justificaram a demora em comprar o imunizante americano por questões políticas. A Moderna usa tecnologia semelhante a da Pfizer, mas no começo do ano não tinha cadeia produtiva na Europa — e Londres desconfiou que o presidente Donald Trump não aceitaria a exportação do produto em meio a pandemia. Outra questão é o custo. Os Estados Unidos, que ajudaram a financiar esta vacina, vão pagar US$ 25 por dose. A União Europeia deve desembolsar algo nessa faixa também.

Já a vacina da Pfizer vai custar para os americanos cerca de US$ 40 por pessoa imunizada, considerando duas doses. É mais barato que a Moderna, mas ainda muito mais cara que a vacina de Oxford — que está sendo desenvolvida também em parceria pela Fiocruz. O imunizante inglês vai custar menos de US$ 5 na Europa. Por isso, a expectativa do governo de Londres é muito grande. Os jornais da capital britânica afirmam que um anúncio sobre novos resultados da vacina de Oxford é iminente. Espera-se, inclusive, que a vacina esteja pronta e aprovada antes do Natal — para início da vacinação em massa no começo de 2021. Os casos de coronavírus começam a se estabilizar na Europa. O movimento foi detectado na Grã Bretanha e também na França, mas o patamar de contágios é alto e as quarentenas continuam. Somente a chegada das vacinas poderá mudar de fato a rotina da pandemia.

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