Após doação da Alemanha, governo federal quer ampliar economia verde na Amazônia

Prioridade da atual administração, o tema foi discutido com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que fez uma visita oficial ao Brasil nesta semana

  • Por Jovem Pan
  • 01/02/2023 07h12 - Atualizado em 01/02/2023 09h43
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PAULO PINTO/ESTADÃO CONTEÚDO 12132727.145301 Amazônia está no centro das prioridades do novo governo

De olho na retomada das doações ao Fundo Amazônia e na discussão dos créditos de carbono, o governo federal avalia que é possível criar uma economia verde e sem poluição na Amazônia. Nesta semana, o tema foi discutido com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que fez uma visita oficial ao Brasil. Essa é uma das prioridades da atual administração, que quer parcerias com outros países para garantir a preservação da floresta sem abrir mão, no entanto, da soberania sobre a Amazônia. O presidente Lula (PT) afirma que não é preciso desmatar para garantir fontes de renda à população local e defende a recuperação de áreas degradadas pela agricultura e pecuária: “Eu disse textualmente para eles compreenderem que nós não queremos transformar a Amazônia em um santuário da humanidade. Ali moram mais de 25 milhões de pessoas. O que nós queremos é fazer com que a Amazônia seja pesquisada por quem entende, que a gente possa utilizar a biodiversidade para criar emprego para aquele povo, que a gente possa cobrar dos países ricos o tal do crédito de carbono, que tanto se fala e pouco aparece”.

O país há anos briga para que sejam definidas regras para o pagamento de cerca de US$ 100 bilhões (R$ 507 bilhões) prometidos às nações em desenvolvimento. O Brasil pleiteia pelo menos US$ 10 bilhões em financiamentos externos. Os créditos de carbono são devidos aos países que reduzem a emissão dos chamados gases do efeito estufa. Por serem poluidores, os países ricos acabam se comprometendo a pagar pelas emissões locais, o que, na prática, ainda não saiu do papel. O presidente Lula, que é visto com certo receio pelos investidores do mercado financeiro, voltou a reafirmar que o governo tem responsabilidade fiscal: “Eu sou uma pessoa que defende muito a estabilidade econômica. Eu quero seriedade fiscal, mas eu quero seriedade política, eu quero seriedade social. É verdade que nós temos muitas dívidas para pagar, mas a dívida que é impagável há cinco séculos é a dívida social contraída com o povo brasileiro. Não é possível que um país que é o terceiro produtor de alimentos do mundo, o primeiro produtor de proteína animal do mundo, um país que tem 8,5 milhões de quilômetros quadrados, um país que tem 8 mil quilômetros de fronteira marítima, ter gente passando fome”.

O governo voltou a se comprometer também com o reajuste real do salário mínimo e justifica que neste ano a discussão foi travada justamente por ser o início da nova administração, com orçamento do governo anterior. Para os próximos anos, a promessa é retomar a política de valorização do salário mínimo. Nesta terça-feira, 31, em uma solenidade no Palácio do Planalto, Lula assinou dois decretos criando o Conselho de Participação Social e o Sistema de Participação Social Interministerial. O grupo deverá se reunir a cada três meses para discutir as principais diretrizes do governo e criar uma ponte entre os ministérios e as demandas dos movimentos sociais.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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