Após roubo de celulares, criminosos fazem transferências, empréstimos e compras por aplicativos

Ladrões preferem os aparelhos abertos, ou seja, de pessoas distraídas ou de motoristas que estão com GPS; pandemia trouxe o aumento de ocorrências deste tipo

  • Por Jovem Pan
  • 15/06/2021 10h58 - Atualizado em 15/06/2021 17h13
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Marcello Casal Jr/Agência Brasil Pessoa com caderno e celular na mão Ladrões preferem os celulares abertos, ou seja, de pessoas distraídas no uso, ou de motoristas que estão com GPS em uso

Já foi o tempo em que os criminosos roubavam ou furtavam os celulares apenas com foco no aparelho propriamente dito. Agora, os bandidos estão atentos aos aplicativos bancários que estão nos smartphones, limpando as contas das vítimas e deixando grandes prejuízos. Pelas delegacias é muito comum chegarem relatos de vítimas que, minutos após terem seu celular roubado ou furtado, viram quantias de dinheiro sumirem de suas contas. Há também casos de compras usando cartões de crédito e, até mesmo, empréstimos contratados. Os ladrões preferem os celulares abertos, ou seja, de pessoas distraídas no uso, ou de motoristas que estão com GPS em uso. Ainda assim, caso tenham que burlar a tecnologia, a união com hackers facilita a prática criminosa. Nem mesmo senhas e o reconhecimento facial são suficientes para barrar o crime.

O delegado Roberto Monteiro, seccional da Região Central de São Paulo, local de principal de atuação dos bandidos, conta que suas equipes não têm descansado para combater as quadrilhas. “No mundo moderno nós vivemos repletos de senha. É senha do banco, senha do aplicativo, senha do elevador do prédio, é senha para tudo. Então é muito comum que as pessoas deixem as senhas no celular. Isso acaba facilitando a vida de estelionatários que aproveitam a receptação do telefone para aplicar golpes a partir dessas senhas obtidas”, explica. Além da dor de cabeça com o furto ou roubo e com o sumiço do dinheiro, as vítimas também travam uma guerra com os bancos para reaver os valores. O delegado diz que a pandemia trouxe aumento de casos e reforça a importância do registro do boletim de ocorrência para que os crimes sejam mapeados e, assim, aumentem os índices de esclarecimentos.

“Pode-se fazer boletim de ocorrência pelo meio eletrônico. A nossa delegacia eletrônica, da Polícia Civil de São Paulo, é muito moderna, ágil, funciona muito bem e atende a população. Então primeiro passo: fazer o boletim de ocorrência.” Muito além da segurança dos aplicativos em relação a senhas e reconhecimento facial, as pessoas devem ter preocupação com a segurança nas ruas e avenidas, onde ocorrem os roubos e furtos. Cada um deve zelar pela sua própria segurança em relação a filas, aglomerações, transportes públicos e até mesmo ao caminhar nas avenidas. No fim de maio, uma nova lei endurece a pena para fraudadores digitais. A Lei 14.155 traz punições maios pesadas por golpes cometidos por meios eletrônicos, que podem chegar até 8 anos. Em live organizada pela Febraban, a Federação Brasileira de Bancos, semana passada, sobre essas mudanças, a entidade reforçou a importância da denúncia para coibir os crimes. “Existe vários canais de denúncia. Por exemplo, a maioria não conhece, mas qualquer operadora que, se você receber SMS falso e denunciar para o 7726, eles vão trabalhar sobre aquela mensagem. Todos os bancos também têm canais de denúncia. Normalmente é ‘evidência@nomedobanco.com.br’. Existem várias outras orientações no Anti-Fraudes da Febrabran”, diz Bruno Fonseca, do setor de prevenção de fraudes da Febraban.

*Com informações do repórter Fernando Martins

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