Araújo reafirma oposição do PSDB ao presidente e dispara: ‘Nada de relevante é nascido do governo Bolsonaro’

Presidente nacional da legenda criticou o modelo de gestão da pandemia, a ‘falta de crença na vacina’ e a ‘política internacional vexatória’ do governo federal

  • Por Jovem Pan
  • 16/02/2021 10h48 - Atualizado em 16/02/2021 10h56
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Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados Bruno Araújo A declaração de Araújo acontece após disputa interna no PSDB sobre o posicionamento da legenda, que marcou racha na legenda

O presidente nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) reafirmou a oposição da legenda ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta terça-feira, 16, Bruno Araújo reforçou postura contrária ao “modelo de gestão da pandemia” adotado pelo governo federal e disse que “nada de relevante” é fruto da gestão de Bolsonaro. “Não há nada de absolutamente relevante nascido do governo Bolsonaro. O marco regulatório do saneamento aprovado durante essa administração foi produzido por mim enquanto ministro no governo Temer, a reforma da previdência foi maturada durante o governo Temer. Fizemos uma carta aberta ao ministro ‘da semana que vem’ [Paulo Guedes], que toda semana tem a expectativa de algo que não é entregue. Somos contra o modelo de gestão da pandemia, falta de crença na vacina, não temos contratos do governo federal para vacinas, somos contra a política internacional vexatória do governo Bolsonaro. Somos contra os limites que se passam com as instituições do governo Bolsonaro. Mas a disputa eleitoral fica para o momento apropriado.”

A declaração de Araújo acontece após disputa interna no PSDB sobre o posicionamento da legenda, o que levou, inclusive, o governador João Doria a defender publicamente a expulsão do deputado federal Aécio Neves do partido por ser contrário à postura de oposição. A briga no partido foi marcada por declarações públicas de ambos envolvidos e sinalizou uma racha da legenda, o que é negado por Bruno Araújo. “Não há racha em uma eleição unânime”, disse, se referindo à escolha unânime dos diretórios estaduais para sua continuidade como presidente do partido. “O PSDB sofreu importante tropeço eleitoral em 2018, recuperou em 2020, voltando a ser o partido mais votado nas eleições municipais e sendo o partido que mais governa brasileiros. E agora me entrega responsabilidade de conduzir o processo de organizar o partido para as eleições de 2022. E com um bom problema que o PSDB sempre teve: alternativas. Agora, o partido volta a ter bons quadros com alternativas para permitir aos brasileiros um projeto claro que possa trazer o país para um ambiente que se afaste desses extremos que se consolidaram desde a administração do governo do PT.”

O presidente da legenda considera que possíveis prévias para definir o candidato à eleição presidencial do ano que vem devem acontecer ainda neste ano. Ele defendeu o modelo e, novamente, minimizou uma divisão do partido. “Se não chegarmos a um consenso de um candidato, podemos fazer prévias ainda neste ano. Isso ajuda a trazer uma discussão, trazer a mídia, parte da população, todos os filiados. Faz com que o candidato entre no ano de 2022 tendo o nível mínimo de conhecimento sobre o que pensa o Brasil. Estamos animados com todas as alternativas o que PSDB vem criando”, afirmou Araújo, que classificou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como “o mais preparado homem público da nova geração”, embora tenha ressaltado a postura de João Doria na busca pelas vacinas contra a Covid-19. “Tenho certeza que em 2022 o PSDB vai oferecer alternativa de qualidade para a população brasileira, se habilitando como um partido que desde sua fundação apresenta candidatos para a eleição presidencial. Vamos voltar a ter esse protagonismo.”

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