Ataque ordenado por Trump mata principal general iraniano e eleva tensão entre EUA e Irã ao nível máximo

Líder de milícia iraquiana também foi morto na ação; ministro das Relações Exteriores do Irã chama ação de ‘ato de terrorismo internacional’ e fala em consequência

  • Por Jovem Pan
  • 03/01/2020 06h23 - Atualizado em 03/01/2020 06h34
EFE Qassem Soleimani era um dos homens mais poderosos do Irã

O Governo dos Estados Unidos confirmou, nesta sexta-feira (3), a autoria do ataque aéreo que matou o chefe da Guarda Revolucionária iraniana, Qassem Soleimani, em Bagdá, no Iraque. Soleimani foi morto em um comboio das Forças de Mobilização Popular, uma coalizão paramilitar favorável aos iranianos e atualmente integrada ao governo do Iraque.

O ataque com foguetes aconteceu no Aeroporto Internacional de Bagdá e matou pelo menos outras cinco pessoas, entre elas o comandante da milícia.

O Pentágono confirmou o bombardeio e afirmou que o objetivo foi deter planos de futuros ataques do país contra norte-americanos no Iraque e no Oriente Médio. A ordem para o ataque partiu do próprio presidente norte-americano, Donald Trump. O republicano não falou sobre o ocorrido, mas, após a morte, postou uma foto da bandeira dos Estados Unidos nas redes sociais.

Em nota, o Pentágono afirmou que “os Estados Unidos continuarão a tomar todas as medidas necessárias para proteger o povo e os interesses norte-americanos ao redor do mundo”.

Soleimani era um dos homens mais poderosos do Irã e, em 2017, foi eleito uma das 100 pessoas mais importantes do mundo pela revista Time. A morte do chefe da Guarda Revolucionária foi confirmada pela TV estatal do Irã. Criado após a Revolução Iraniana, a Guarda Revolucionária é uma divisão das Forças Armadas e responde diretamente ao líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.

A morte do alto chefe do grupo aconteceu em meio a uma escalada de tensão entre os Estados Unidos e o Irã. No domingo (29), os EUA realizaram uma série de bombardeios contra posições de um grupo armado pró-Irã no Iraque e na Síria, matando 25 pessoas.

Em resposta, manifestantes atacaram a embaixada norte-americana em Bagdá na terça-feira (31). Nas redes sociais, Trump acusou o Irã de orquestrar a invasão à embaixada e disse que iria responsabilizar o país.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, classificou a morte de Soleimani de “ato de terrorismo internacional dos Estados Unidos”. Ele disse que o chefe da Guarda Revolucionária iraniana era o mais eficaz combatente do Estado Islâmico, da Al Qaeda e de outros grupos terroristas.

Zarif afirmou, ainda, que a ação dos Estados Unidos é extremamente perigosa e que os norte-americanos são responsáveis ​​por todas as consequências.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni 

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