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Auxílio emergencial alivia crise, mas avanço da pandemia pode agravar fome no Brasil

ONU: uma em cada oito pessoas sofre de fome crônica no mundo

Cerca de 1,9 milhões de beneficiários do Bolsa Família recebem nesta quinta-feira (30) o auxílio de R$ 600 do governo federal. Também será liberada a primeira parcela para mais de 1,7 milhões de inscritos no aplicativo da Caixa e no site do programa.

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Até agora, 50 milhões de pessoas receberam o dinheiro, mas muitos reclamam do atraso no pagamento. A Michele Oliveira fez o cadastro e ainda aguarda confirmação. Ela e o marido tinham uma barraca de pastel em Guarulhos, que agora está desmontada.

À espera de uma cesta básica prometida pela Prefeitura, a dispensa e geladeira estão quase vazias. Sem poder trabalhar, ela já não sabe como sustentar a família. Michele e outros 42 milhões de trabalhadores informais e autônomos viram a renda praticamente sumir na quarentena.

Segundo o diretor do FGV Social, Marcelo Neri, esses brasileiros são mais sensíveis à crise. Marcelo Neri considera positivo o auxílio de R$ 600, mas estima que 5 milhões de pessoas fora dos registros podem ficar sem qualquer ajuda.

O diretor do programa mundial de alimentos da ONU no Brasil, Daniel Balaban, teme um agravamento da fome entre os mais pobres. O gerente executivo da Fundação Abrinq, Victor Graça, lembra que, antes da quarentena, 9 milhões de crianças abaixo da linha da pobreza dependiam da merenda escolar no Brasil:

Um relatório do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU divulgado na quinta (29) criticou as políticas sociais do Brasil na pandemia. De acordo com o documento, as “medidas são mal orientadas e colocam vidas em risco”.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, classificou a avaliação como “absurda e errada”. Segundo Sachsida, o Brasil está gastando 4,1% do PIB no combate à covid-19, valor bem superior à média dos demais países emergentes.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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