Representantes de bairros de São Paulo que recebem foliões no período do Carnaval demonstram preocupação em relação ao crescimento dos blocos de rua. A cidade bateu recorde no número de inscrições de blocos para o ano que vem: estão previstos quase mil desfiles, alguns com público esperado de mais de 100 mil pessoas.
O presidente do Conselho Comunitário de Segurança do Bom Retiro, Saul Nahmias, alerta para os efeitos de tanta gente em áreas residenciais sem infraestrutura. “Nós, do Bom Retiro e de todo o Centro, sobre os impactos que isso poderá ter na cidade. Não se pode esquecer que nossa força de segurança pública é limitada e os recursos não são infinitos, então teremos muitos problemas se isso acontecer.”
Com a proposta de descentralizar o Carnaval neste ano, a Avenida Tiradentes foi escolhida para receber os chamados megablocos. Moradores reclamaram que as interdições causaram transtornos, especialmente ao transporte.
As subprefeituras mais procuradas para os blocos de rua do ano que vem são Sé, no centro, Pinheiros, na zona oeste e Vila Mariana, na zona sul.
O presidente da Sociedade Amigos de Vila Madalena, Cássio Calazans, ressalta que para fazer o carnaval de rua é preciso ter estrutura e lamenta que o bairro não suporta mais tantos foliões. “O bairro não tem como se preparar. Uns viajam, outros colocam protetores em frente seus estabelecimentos, suas casas, prédios mandam colocar gradis com arame para não ter vandalismo”, comenta.
Ele reclama que, a cada ano, o número de blocos na região aumenta, mas a quantidade de banheiros químicos disponíveis vem sendo reduzida. Calazans destaca, ainda, que o bairro implementou um projeto para reforçar a segurança, principalmente dos moradores.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), homicídios e roubos diminuíram nos cinco dias de Carnaval de 2019 em relação ao ano anterior. Já os furtos, reclamação que se repete a cada Carnaval, caíram 0,9%.
*Com informações da repórter Natacha Mazzaro