Balança comercial brasileira registra déficit de US$ 176 milhões em janeiro
Resultado negativo ocorre pelo quarto ano seguido no governo do presidente Jair Bolsonaro; principal recuo ocorreu na indústria extrativa, cerca de 18,76%
O ano de 2021 não teve o início esperado pelo ministro da Economia Paulo Guedes. A balança comercial brasileira voltou a mostrar uma leve retração da economia. As importações superaram as exportações. O déficit registrado em janeiro deste ano representa para o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) o quarto ano seguido com o resultado negativo da balança comercial para os meses de janeiro. Os números ficaram assim: as importações somaram US$ 19,849 bilhões, enquanto as exportações somaram US$ 19,673 bilhões, um déficit de US$ 176 milhões em janeiro de 2022.
O saldo negativo da balança comercial brasileira acontece quando as importações superam as exportações. O combustível alto, os juros altos e os insumos, que também são tarifados com o dólar, tudo isso puxou a balança comercial para baixo. Para o economista André Perfeito, da Necton Investimentos, a queda da balança comercial brasileira em janeiro já é um sinal de que o governo precisa fazer ajustes para não ter surpresas desagradáveis ao longo do ano. “Dificilmente a gente deve ter uma melhora na atividade no primeiro trimestre de 2022. Mas a expectativa é de – os níveis de produção estão tão baixos, mas tão baixos – que alguma melhora na margem vai ser observada. Eu, diferentemente da maioria dos economistas, até espero alguma alta este ano, em torno de 0,3. E, vamos combinar, não é nenhuma alta expressiva”, afirma.
Mesmo assim, numa análise mais ampla, o resultado, segundo o governo federal, representa uma melhora na comparação com janeiro do ano passado, quando o déficit comercial somou US$ 219,93 milhões, o melhor saldo comercial para o mês de janeiro desde 2018. As exportações tiveram um aumento de 97,5% nas vendas relacionadas à agropecuária. O recuo ficou mesmo com a indústria extrativa, cerca de 18,76%. Já a indústria de transformação teve um aumento de 36,1%. Estados Unidos, União Europeia, China, Hong Kong, Macau (região administrativa especial chinesa), além da Argentina continuam sendo os principais compradores de produtos brasileiros. Em 2021, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 61 bilhões de dólares, valor 21,1% superior ao saldo de 2020.
*Com informações do repórter Maicon Mendes
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