Bancada do agro unifica parlamentares em torno de um único pedido de abertura de CPI do MST

Três documentos recolhiam assinaturas até o momento; políticos querem investigar eventuais financiadores e motivos, além de descobrir se o governo federal se omitiu diante do problema

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2023 08h31 - Atualizado em 15/03/2023 13h23
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Parlamentar discursa em tribuna da Câmara Deputado Pedro Lupion (PP-PR) preside a bancada do agronegócio no Congresso Nacional atualmente

A bancada ruralista se reuniu para chegar a um acordo e unificar os três requerimentos que circulavam na Câmara dos Deputados com o objetivo de recolher assinaturas para a instalação de uma CPI do Movimento Sem Terra. As recentes ocupações, registradas na semana passada e na última segunda-feira, têm preocupado o setor do agronegócio, já que os integrantes do movimento têm ocupado terras produtivas. O requerimento do deputado federal Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), que já estava com um número avançado de assinaturas, foi o escolhido pela bancada. O parlamentar disse que o que mobilizou a conquista de assinaturas foi o alto número de invasões registrado nos últimos meses. “Nos primeiros dois meses [do governo Lula], tivemos mais invasões do que nos últimos quatro anos. No governo Bolsonaro tivemos reforma agrária, mais de 400 mil títulos rurais entregues para pequenos agricultores assentados”, disse. O requerimento de Zucco estava com 150 assinaturas até o final desta terça-feira, 14, mas, com o apoio da Frente, que reúne mais de 230 parlamentares, a expectativa é de que as 21 assinaturas ainda necessárias para o pedido de instalação da CPI do MST sejam alcançadas.

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), disse que é importante descobrir se existem financiadores por trás dessas ações. “A FPA está junto na coleta de assinaturas, e que nós estaremos em peso participando desta comissão para entender de onde vem o financiamento, quem é que está motivando essa onda de invasões e, principalmente, por ter certeza de ser uma questão política e não agrária, investigar o que está acontecendo em pleno 2023, invasão de propriedade privada e de propriedades produtivas”, declarou. A ex-ministra da Agricultura e senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse que este é um momento pertinente para investigar as ações do MST. Ela ainda ressaltou que o governo anterior, do qual fez parte, entregou mais de 400 mil títulos de terras pelo país, mostrando que existem outras maneiras de se fazer reforma agrária. “Ninguém aqui é contra a reforma agrária, somos contra invasões de terras. Então, eu quero parabenizar os deputados por essa iniciativa, esse começo de coleta de assinatura, que eu tenho certeza que conseguiremos rapidamente, porque é um anseio da população que esse problema seja resolvido”, disse ela.

O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que também integra a Frente da Agropecuária, disse que o ambiente é de insegurança jurídica e que é necessário apurar eventuais omissões do governo federal. “Nós vamos apurar também a omissão de autoridades, que teriam por obrigação, em razão de sua função constitucional, de fazer cumprir a lei. Não é porque supostamente se diz, embora a gente não acredite, que alguns pretendem acesso à terra, que fica autorizada a prática de crimes. Nem na área urbana e nem na área rural”, disse.

*Com informações da repórter Berenice Leite

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