Barroso diz que ataque ao sistema eleitoral é ‘vertente do autoritarismo’

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral afirmou que a defesa do atual modelo de votação acontece para ‘proteger a democracia’

  • Por Jovem Pan
  • 05/08/2021 09h46 - Atualizado em 05/08/2021 10h26
Crédito: Nelson Jr./SCO/STF/ Ministro Barroso falando em sessão no STF. Homem de mais idade, cabelos grisalhos, terno, toga preta e gravata rosa sentado em poltrona amarela Barroso não citou o presidente Jair Bolsonaro, que, nos últimos dias, intensificou as críticas ao ministro, ao TSE e ao atual sistema de votação

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta quarta-feira, 4, que “uma das vertentes do autoritarismo é o discurso de que ‘se eu perder, houve fraude'”. A declaração aconteceu durante um seminário online promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. “A possibilidade de quem perde, hoje, é ver respeitadas as regras do jogo para disputar amanhã e tentar ganhar. É isso que é a democracia, uma das vertentes do autoritarismo contemporâneo é o discurso de que ‘se eu perder, houve fraude’. É a inaceitação do outro, inaceitação de que alguém diferente de mim possa ganhar as eleições”, disse na ocasião. Barroso não citou o presidente Jair Bolsonaro, que, nos últimos dias, intensificou as críticas ao ministro, ao TSE e ao atual sistema de votação no Brasil. Mas declarou, no entanto, que a democracia está sendo ameaçada em vários países do mundo por políticos eleitos.

“As democracias não sofrem um processo de erosão por golpes de Estado, generais e seus soldados. A erosão democrática que se assiste no mundo atualmente é liderada por agentes políticos eleitos pelo voto popular, como presidentes e primeiros-ministros, e que  depois desconstroem alguns dos pilares da democracia”, afirmou. O presidente do TSE também voltou a defender a segurança do atual sistema de votação usado no Brasil. Luís Roberto Barroso afirmou que ele e os demais ministros do Tribunal Superior Eleitoral não defendem o modelo “por interesse pessoal”, mas sim para “proteger a democracia”.

*Com informações do repórter Vitor Brown

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