Beneficiários lamentam redução no valor do auxílio emergencial

Especialista em planejamento financeiro avalia efeitos da redução para as famílias

  • Por Jovem Pan
  • 05/04/2021 11h18 - Atualizado em 05/04/2021 11h20
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ADRIANA TOFFETTI/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Um celular logado no aplicativo da Caixa para o recebimento do auxílio emergencial e notas de dinheiro ao lado do aparelho Especialista avalia que as famílias que receberem R$ 150 poderão comprar cerca de um quarto da cesta básica

Kelly Cristina é decoradora de eventos. Ela está ao lado de milhões de brasileiros que não podem trabalhar na pandemia. “Eu tive que me reinventar porque tinha dívidas altas da empresa. Eu trabalho com festas e tive que fazer um parcelamento total do que tenho que pagar para entrar nesses R$ 600. Agora que vai entrar R$ 250 não consigo pensar o que fazer com esse valor”, conta. Mãe de dois filhos pequenos, ela bancava 50% das despesas da família e comemora sua residência própria, porque nem imagina como pagaria o aluguel sem a renda. “Com esse dinheiro a gente vai ter que escolher o que fazer. Vai ter que pegar esses R$ 250 e comprar alimentos, deixar as dívidas, deixar o nome ficar sujo, não conseguir pagar contas. Ou você come ou você paga uma água, luz.”

O setor de festas e eventos é um dos mais atingidos ainda pela crise financeira. O auxílio emergencial foi fundamental em 2020 para as pessoas beneficiadas, bem como para a economia do Brasil. O benefício retorna a partir desta terça-feira, 6, com pagamentos realizados até 22 de agosto, com valor reduzido, que deve variar de R$ 150 a R$ 375. Nos grandes centros urbanos, a especialista em planejamento financeiro, Veridiana Lopes, avalia que as famílias que receberem R$ 150 poderão comprar cerca de um quarto da cesta básica. “Agora a prioridade é realmente a sobrevivência. A gente sabe que o auxílio emergencial diminuiu bastante, então as famílias precisam priorizar as contas essenciais de consumo básico, de sobrevivência mesmo”, explica. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo o percentual de famílias endividadas alcançou 66% em fevereiro de 2021, alta 1,6% sobre fevereiro do ano passado.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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