Bolsonaro atribui inflação à política do ‘fique em casa’ e descarta canetada para baixar preços dos combustíveis
Segundo o presidente, ele não tem controle sobre a estatal e não quer interferir nos valores por justificar que já houve congelamento de preços no passado
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) culpou novamente as medidas de isolamento contra a Covid-19 para justificar o aumento da inflação, que tem assustado o consumidor brasileiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação atingiu o maior patamar dos últimos 27 anos, e a previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é que o Brasil feche 2021 com a terceira maior alta entre as principais nações desenvolvidas e emergentes do mundo. O presidente disse que a situação é melhor que a de muitos países ricos. “Foi um dos países que menos sofreu com a economia na pandemia fomos nós. A Inglaterra teve 300% o aumento de gás, 200% em média na Europa, alimentos em falta lá, não é apenas inflação. E o pessoal reclama daqui. Mas é que estamos pagando aquela coisa de fica em casa e a economia a gente vê depois. Eu falei que não podia fazer isso”, afirmou.
Diante de um novo aumento no preço da gasolina e de críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acusou Bolsonaro de não conseguir se impor junto à Petrobras, o atual presidente da República se defendeu. “Eu posso agora rasgar contratos? Como fica o Brasil perante o mundo?”, questionou. Bolsonaro voltou a falar também de hipótese de haver crise no abastecimento de alimentos, por conta da redução da produção de fertilizantes pela China. “Reclamam do Brasil, do aumento de preços, de mantimentos, combustível… Ninguém faz isso porque quer. Eu não tenho poder sobre a Petrobras. Não vou, na canetada, congelar o preço de combustível. Muitos querem, mas já tivemos uma experiência de congelamento no passado”, finalizou.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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